O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rompeu com o embaixador da Inglaterra em Washington, Kim Darroch, nesta segunda (08). Além disso, fez uma série de críticas, via Twitter, à política da Primeira Ministra Theresa May, do Partido Conservador, na condução da saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit). O rompimento político está relacionado ao vazamento, pelo jornal The Mail, de cartas em que o diplomata faz críticas ao clima na Casa Branca e ao governo Trump, o qual afirma ser desastrado, inepto e disfuncional.
Trump não é o representante direto do setor tradicional, mais poderoso e dominante da burguesia norte americana, tendo sua base social em camadas secundárias da burguesia e da classe média. Em uma série de questões, Trump não segue a cartilha defendida pelos EUA nos últimos 30 anos, como no caso da escalada do protecionismo, da guerra comercial com a China e da política em relação à Coreia do Norte.
A política externa do governo Trump e seu discurso de extrema-direita acaba por desmontar o discurso da globalização, do livre mercado, do multilateralismo difundido pelos EUA, que, na verdade, nunca passou de fachada. O imperialismo “democrático” dos Estados Unidos, que faz demagogia com a questão das mulheres, dos negros e do LGBT, que se expressa politicamente no Partido Democrata, é o setor dominante da burguesia norte americana e está em confronto aberto com Trump desde a derrota de Hillary Clinton na última eleição presidencial. O Partido Conservador, tradicional representante da burguesia imperialista britânica, também está em confronto com Trump pelos mesmos interesses.
O rompimento entre Trump e o diplomata e as críticas a May evidenciam um conflito entre dois representantes políticos da burguesia imperialista mundial. As eleições dos EUA se aproximam e já há uma campanha contra Trump por parte do setor dominante da burguesia mundial, que se expressa politicamente no Partido Conservador na Inglaterra e no Partido Democrata e da ala tradicional do Partido Republicano nos EUA. Contudo, o pano de fundo dos acontecimentos é a crise geral do sistema imperialista mundial.