Da redação – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizou agora a pouco seu primeiro discurso oficial após a retaliação legítima do Irã contra o assassinato do general Qassem Soleimani, atacando bases militares com presença norte-americana no Iraque na madrugada de hoje (08).
Em seu pronunciamento, ele afirmou que nenhum soldado dos EUA ou do Iraque foi morto pelos ataques, contrariando informações da imprensa iraniana.
Devido aos locais escolhidos pelo Irã como alvos, o país persa estaria “se acalmando” – “o que é bom para todas as partes afetadas e algo muito bom para o mundo”, disse Trump. “O Irã deve abandonar suas aspirações nucleares e sua promoção do terrorismo”, continuou, destacando que EUA e Irã “deveriam atuar juntos em outras prioridades” como o combate ao terrorismo. Devemos fazer o “mundo mais seguro e pacífico.”
Trata-se de um claro recuo por parte do presidente de extrema-direita norte-americano, que sempre tratou o governo iraniano como a escória da humanidade, cujo exemplo maior desse tratamento foi o assassinato de Soleimani por drones norte-americanos na última sexta-feira (03). Antes do discurso, o mundo estava fortemente apreensivo sobre a possibilidade de iniciar uma guerra mundial ainda hoje, mas o discurso de Trump parece diminuir essa possibilidade momentaneamente.
Certamente, os grandes poderes de Washington – banqueiros, donos dos principais monopólios capitalistas, alto escalão das forças armadas e dos serviços de inteligência – optaram por diminuir a escalada das tensões e convenceram Trump em “abaixar a bola” sobre o Irã.
Entretanto, o líder republicano anunciou que irá impor novas sanções aos persas, que já sofrem com um pesado embargo econômico. Trump não deixou de apresentar a velha propaganda imperialista de que o Irã desestabiliza o Oriente Médio desde a Revolução Islâmica de 1979, sendo supostamente o principal promotor do terrorismo internacional. “Nunca vamos deixá-lo ter armas nucleares”, declarou o mandatário, que classificou Soleimani (a quem o próprio Trump deu diretamente a ordem de assassinato) de “principal terrorista do mundo”.