Prestes a deixar o cargo caso aceite os termos das últimas eleições presidências norte-americanas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu numa canetada dar um indulto presidencial aos quatro seguranças da empresa de segurança privada Blackwater responsáveis por um verdadeiro massacre de civis iraquianas.
Durante o julgamento de dois meses em uma corte federal de Washington, o júri escutou como os quatro acusados abriram fogo com fuzis com mira telescópica, metralhadoras e lança-granadas na praça lotada de gente, quando escoltavam um comboio diplomático.
Dentro do perdão presidencial aos criminosos de guerra estão os quatro funcionários da empresa de segurança Blackwater, Nicholas Slatten, Paul Slough, Evan Liberty e Dustin Heard, todos condenados pela Justiça norte-americana pela morte de 14 cidadãos iraquianos, sendo que duas eram crianças.
O massacre ocorreu na Praça de Nisour, em Bagdá, em 2007. Na oportunidade os fascistas disfarçados de seguranças dispararam sem nenhum remorso contra uma multidão desarmada.
O primeiro a disparar havia sido o segurança Slatten, que acabara condenado à prisão perpétua. Os demais pegaram trinta anos de reclusão em regime fechado.
O processo de julgamento dos criminosos ficou marcado pela frase vinda do gabinete do Procurador dos EUA que afirmara que “a quantidade de perdas humanas desnecessárias e os sofrimentos atribuíveis à conduta criminosa dos réus em 16 de setembro de 2007 é impressionante”.
Na tentativa de justificar o perdão presidencial emitido por Donald Trump, a Casa Branca, emitiu um comunicado onde alega que “estes homens eram antigos militares, com um longo passado ao serviço da nação”.
Livrar a cara de criminosos de guerra é uma marca de regimes fascistas. Colocar estes elementos desprezíveis que não passam de assassinos remunerados pelo Estado genocida dos EUA como heróis é ainda mais grave.
O episódio evidencia, mais uma vez, o caráter da ocupação criminosa do Iraque sob a justificativa de posse de armas de destruição em massa, em 2003, nada mais foi do que uma falácia. A operação imperialista visava era justamente atacar o povo iraquiano, destruir sua moral e pilhar em plena luz do dia as suas riquezas nacionais.
Total de 20 perdoados
Ao todo foram vinte os perdoados por Trump. Além dos criminosos de guerra estão dois condenados na investigação federal sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016. Eles haviam sido declarados culpados por falso testemunho para o FBI durante o processo.
O assessor de campanha de Trump, Georges Papadopoulos, foi um dos perdoados. Alex van der Zwaan, advogado e genro do bilionário russo German Khan, outro condenado por falso testemunho também ganhou o perdão presidencial.
A Casa Branca alegou que a medida visa “ajudar a corrigir o mal que a equipa de Mueller [o investigador do processo] infligiu em tanta gente”.
Políticos republicanos também entraram na lista de natal de Trump; sendo estes três ex-congressistas conservadores: o californiano Duncan Hunter, condenado por desvio de fundos, o nova-iorquino Chris Collins, condenado por fraude na bolsa de valores, e o texano Steve Stockman, condenado por lavagem de dinheiro.