A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes (UBES) realizaram, no dia 9 de Abril, uma campanha em suas redes sociais pelo Fora Weintraub, lembrando que nesta data, o outro discípulo de Olavo de Carvalho, o colombiano Vélez Rodríguez, foi substituído pelo atual ministro.
Há 1 ano atrás, a UNE e a UBES faziam uma campanha pelo Fora Vélez, o qual defendia a ditadura militar e a universidade apenas para a elite, alegando que os brasileiros são “canibais” e “ladrões”. Para resolver os conflitos e a imagem da direita e acalmar os Olavistas, Bolsonaro demitiu diversas figuras do Ministério da Educação, incluindo Rodríguez, e nomeou Weintraub. Esse, que está perseguindo todas as organizações de professores e alunos e impondo a privatização do ensino, como é o caso do Projeto Future-se, das Escolas sem partido, da militarização do ensino, e das todas essas e outras medidas autoritárias impulsionadas em tempos de coronavírus.
É extremamente claro que as propostas do governo Bolsonaro não mudaram. No entanto, as direções do movimento estudantil continuam insistindo em campanhas políticas vazias, as quais são extremamente úteis para despolitizar e desmobilizar os estudantes. Criticar Weintraub sem falar do governo Bolsonaro e do golpe não é uma análise crítica da situação, e sim, uma demagogia que serve para direcionar uma política abstrata e desacretidar que existe alguma possibilidade de uma luta real. Além disso, é um recusa a escutar os próprios estudantes e educadores, os quais manifestam constantemente sua insatisfação com todo o governo golpista e fascista de Jair Bolsonaro.
A UNE e a UBES preferem fazer frente ampla com o regime ditatorial e não defender ou mobilizar de fato quem dizem representar. Sem a mobilização e a organização estudantil para lutar por sua dignidade e seus direitos básicos, que no caso estão em torno do Fora Bolsonaro e Todos os Golpistas, não existe possibilidade material de uma luta pelo ensino público e de qualidade para todos.
É cada vez mais claro o oportunismo das direções das entidades estudantis. Que em frente a toda a crise sanitária e financeira e aos ataques às escolas e universidades, não procuram lutar e representar os estudantes, procuram se organizar dentro do sistema capitalista para atender conveniências imediatas e mínimas para os alunos e professores, e, com isso, ganhar cargos eleitorais. Assim, não se pode confiar nas vanguardas que não tem um programa concreto e real para combater as imposições fascistas ao movimento estudantil. É preciso parar de picuinha e organizar os estudantes para exigirem seus direitos democráticos, não tem quem contenha a auto organização do povo.