A crise mundial do capitalismo que já se arrasta desde a última quebra das bolsas e dos mercados, ocorrida em 2008 e nunca estancada plenamente, irrompeu de forma ainda mais avassaladora no início deste ano, potencializada com a explosão da epidemia mundial do coronavírus. A pandemia que se espalhou por todos os quatro cantos do planeta, no entanto, apenas colocou em relevo a profunda incapacidade do sistema baseado na propriedade privada dos meios de produção em oferecer uma resposta, do ponto de vista de uma saída progressista, para os problemas que afligem a humanidade em seu conjunto.
O que estamos presenciando neste momento, com imagens que chegam em tempo real de todo o mundo é a mais completa bancarrota de um sistema completamente anacrônico, destrutivo e caótico, que ameaça conduzir todo o sistema mundial a uma crise sem precedentes, com acentuadas características apocalípticas e também catastróficas.
Nos países centrais do capitalismo, a Europa imperialista, os Estados Unidos e também o Japão, a crise se instalou de forma devastadora, fazendo com que os sistemas públicos de saúde, mesmo considerando a maior capacidade econômica de cada um desses países, entrassem em colapso, não por conta dos infectados e dos pacientes que buscam a assistência hospitalar, mas pela destruição a que foram submetidas pela política de aniquilação do grande capital e da liquidação do “Estado de Bem Estar Social” do pós-guerra, particularmente no velho continente, onde o vírus vem operando uma verdadeira hecatombe clínica e social.
Nos Estados Unidos, a nação mais rica e poderosa do planeta, o coronavírus devasta a maior metrópole do País e uma das maiores do mundo, Nova Iorque, recordista dos casos de infecção e registros de mortes no País. Nos EUA não há sistema público de saúde e isso faz com que centenas de milhares de pessoas que compõem o contingente de pobres e desassistidos fiquem a mercê dos “negócios” que envolvem a saúde, ou seja, os mercadores da morte.
No Brasil, onde o governo fraudulento e golpista segue fielmente o receituário neoliberal dos grandes bancos e financistas, a situação que sempre foi dramática para a população no que diz respeito à saúde pública e ao atendimento nos hospitais, se transforma agora na antesala da morte, onde as projeções menos pessimistas anunciam uma grande catástrofe, com a estimativa de dezenas de milhares, e as mais pessimistas chegam a milhões de brasileiros que morrerão por falta de assistência do Estado.
A saúde pública nacional está na UTI não por que o sistema não pode garantir a assistência a todos em um País continental, como alguns vêem declarando, mas pela política consciente do golpismo reacionário que se apropriou do poder de forma ilegítima e que responde aos interesses dos banqueiros, do rentismo, da ciranda financeira, do grande capital, dos monopólios e do imperialismo. As áreas sociais do Estado nacional foram simplesmente liquidadas, devastadas pelos golpistas, que drenam bilhões, trilhões do orçamento público, ou seja do esforço nacional para honrar compromissos com os banqueiros, com os especuladores e outros abutres sanguessugas da nação e da população pobre.
A situação calamitosa em que se encontra o sistema público de saúde hoje no Pais dá a exata dimensão do que é o governo Bolsonaro. Nos últimos dias, depois de um consenso entre bolsonaristas e setores da “oposição” os “representantes” do povo aprovaram no congresso uma esmola de R$ 600,00 para a população pobre, desempregados e trabalhadores informais, que terão ainda que esperar uma série de providências burocráticas para receber a ninharia, a migalha que inicialmente seria de míseros R$ 200,00. Enquanto a enrolação corre solta para a população explorada, os banqueiros e grandes capitalistas abocanharam nada menos do que 1,2 trilhão como “ajuda financeira” saída dos cofres públicos. Muito diferente da esmola ofertada aos trabalhadores e à população pobre e desamparada, o dinheiro dado aos banqueiros já se encontra nos cofres (abarrotados) destes vampiros, sanguessugas da população e do Estado.
Para os banqueiros e capitalistas, para o grande empresariado nacional reacionário fascista, apoiadores do presidente fraudulento, o dinheiro chega rápido, muito rápido, mas para a população desesperada, faminta, desempregada, subempregada, para esta todas as dificuldades, todos os entraves, todos os trâmites burocráticos possíveis e imagináveis, o que só pode ser entendido como uma política cujo propósito é deixar morrer de fome o trabalhador e sua família.
Não à destinação de recursos para os capitalistas!
Nenhum centavo para os banqueiros!
Destinar todos os recursos para a assistência aos necessitados!
Recursos públicos apenas para o sistema público de saúde!