Não é novidade que os partidos de esquerda enfrentam todos os anos eleitorais grandes dificuldades e até mesmo perseguições do Estado burguês para lançarem as suas candidaturas proletárias, e nas eleições de 2020, uma das mais antidemocráticas dos últimos anos, não poderia ser diferente. A burocracia estatal e dos órgãos que regem as eleições são amplamente utilizados para perseguir politicamente a esquerda revolucionária na tentativa de impedir que candidaturas sejam lançadas, chegando ao ponto de negarem que a candidatura seja até mesmo registrada, como foi o caso da candidatura do PCO em Maceió-AL, onde o cartório se recusou a registrar a candidatura da companheira Nina Tenório para a prefeitura da cidade. Agora, na última segunda-feira (19), o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná indeferiu toda a chapa do Partido da Causa Operária na cidade de Curitiba. Foram indeferidas as candidaturas de Diogo Furtado à prefeitura e Feris Boabaid de vice prefeito, além de Priscila Ebara, Francisco Lima Junior e Benedito Costa, todos candidatos a vereador.
O indeferimento, que já foi rebatido com recurso, deu-se pela falta de CNPJ no diretório local municipal, o que interferia no DRAP (Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários), apenas um pretexto burocrático para a perseguição política. Em outros casos, na mesma situação, como Barra Bonita (SP), Salvador (BA), Araraquara (SP) entre tantos outros, a falta de CNPJ foi entendida como apenas uma limitação formal que não poderia ser superior ao direito político de qualquer trabalhador de participar das eleições.
Logo após o ocorrido, a imprensa burguesa, diferente de quaisquer outras situações, se pronunciou e finalmente “deu espaço” para o partido em suas pautas, espaço esse manipulado em uma verdadeira campanha para desmoralizar e também uma tentativa de enfraquecer a campanha eleitoral do PCO, colocando como certa a inviabilização das candidaturas, ou seja, colocando para os trabalhadores que o PCO já não era mais uma opção de voto e de alternativa diante de uma eleição dominada de candidatos da burguesia e golpistas, tudo conforme o planejado pela própria burguesia e seus veículos de comunicação.
A decisão do TRE juntamente com a campanha feita pela imprensa burguesa só demonstram mais uma vez como as eleições de 2020 estão antidemocráticas e se encaminhando para que mais fraudes contra os trabalhadores ocorram. Argumentos inconsistentes foram utilizados para deslegitimar a candidatura dos candidatos do Partido da Causa Operária demonstrando assim que a burocracia ultrapassa qualquer direito do trabalhador, ainda mais se esse direito de alguma forma possa representar algum risco ou ameaça aos privilégios burgueses. A ação do TRE e da imprensa tenta colocar como se os partidos operários fossem desorganizados, despreparados e até mesmo desonestos perante as instituições burguesas e a população. Não é de se surpreender que esse tipo de atitude aconteça, principalmente se nos atentarmos ao conteúdo das campanhas do PCO por todo o país, onde os trabalhadores são chamados para lutarem pelo Fora Bolsonaro e a se mobilizarem, sem falsas promessas ou demagogia com os problemas do povo, era de se esperar que os órgãos dominados pela extrema direita reagissem diante de tal situação.
Apesar das tentativas, a campanha do PCO na cidade de Curitiba continua a todo o vapor, e enquanto houver cabimento de recurso e na tentativa de viabilizar legalmente a chapa a campanha deve continuar com as atividades de campanha que já vem ocorrendo, e isso também implica que todos os candidatos continuam com plenos direitos políticos de uma candidatura, como participar de debates e realizar suas campanhas partidárias. É preciso denunciar mais esta arbitrariedade dos órgãos burgueses contra os trabalhadores e deixar claro que o PCO continuará com sua campanha nas ruas pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas e por Lula presidente, mesmo que a imprensa burguesa e o TRE, seja de onde for, tente deslegitimar a luta da classe operária.