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Esquerda que a direita gosta

Trancado em casa, PSTU acha que as panelas vão vencer os canhões

Novamente o PSTU se coloca a reboque da direita e convoca, juntamente com a Globo e Luciano Hulck, panelaços contra o governo

Na semana passada, o presidente ilegítimo e fascista, Jair Bolsonaro, vazou na imprensa uma informação sobre um pronunciamento nas redes de televisão para falar sobre o coronavírus. A notícia logo se espalhou e prontamente setores da direita de “oposição” ao governo Bolsonaro, como a golpista Rede Globo e elementos tucanos como Luciano Huck, convocaram de maneira velada um panelaço.

Logo a convocação da direita foi iniciada, setores da esquerda pequeno burguesa entraram na onda e propagandearam o famoso panelaço. Um grupo que chama muito a atenção na convocação é o PSTU. O PSTU lançou memes e convocação de um panelaço, juntamente com a direita para “deter” o coronavírus e Jair Bolsonaro.

Essa convocação do PSTU é muito esclarecedora sobre os métodos e avaliações políticas desse agrupamento de esquerda. O PSTU, em particular, desde a ofensiva da direita golpista no impeachment da ex-presidente Dilma Roussef em 2016 tomou a posição da direita golpista. A posição do PSTU foi tão direitista que não somente apoiaram o impeachment de Dilma Roussef, mas foram às ruas juntamente com a direita fazer campanha pelo golpe e criticava abertamente a esquerda que denunciava o golpe.

“Fazer o jogo da direita não é chamar a lutar contra esse governo, do qual a direita faz parte, diga-se de passagem. Fazer o jogo da direita é tentar defender, fazer manifestações para blindar um governo que é repudiado, e com toda razão, pelos trabalhadores”, disse nota do PSTU na época na revista Carta Capital.

No período de ofensiva da direita, o PSTU lançou a campanha confusa e direitista pelo “Fora Dilma, Fora Todos”, sendo que foi bem aceita nas manifestações convocadas pela Rede Globo para derrubar a presidente petista.

Ironicamente, o PSTU levou as ruas suas palavras de ordem em favor do golpe com apoio da direita para pedir a derrubada de Dilma Roussef. Ou seja, fez campanha, mobilizou sua militância, foi as ruas com faixas e cartazes, panfletou em favor do impeachment e mobilizou seus aparatos sindicais para, juntamente com a direita, derrubar o PT.

Já para ‘derrubar’ Jair Bolsonaro, a posição do PSTU é completamente oposta ao que fez para apoiar o golpe. Em vez de sair as ruas, confeccionar materiais, e outras atividades comuns entre os partidos de esquerda, se inserem nos protestos convocados pela direita coxinha ‘contra’ Bolsonaro através dos métodos tradicionais desse setor com panelaços. No caso de derrubar Bolsonaro e a direita do governo, o PSTU paralisa completamente suas atividades.

E se não bastasse não fazer nada, o PSTU se insere nos protestos convocados pela direita com os panelaços. Nem é preciso discutir muito sobre a efetividade dos panelaços. Não pressiona ninguém, não discute com os trabalhadores, não mobiliza para ir as ruas, e muito menos para derrotar o governo Bolsonaro. Serve apenas para os interesses da burguesia que procura controlar Bolsonaro, como o centrão ou a Rede Globo.

A direita utiliza esse método porque é muito despolitizado, facilmente manipulável, e não se insere dentro dos setores de trabalhadores, apenas da classe média direitista, fato muito importante para a direita porque evita que a população pobre e explorada seja convocada.

Sempre os mesmos métodos e junto com a direita

Os panelaços são um método da direita e, como dissemos acima, são convocados por golpistas como Luciano Huck, João Doria e a Rede Globo, que não estão interessados em combater o governo Bolsonaro e muito menos o fascismo e a extrema direita, embora haja o interesse em recuperar o espaço perdido ao bolsonarismo e a desgastar levemente o governo para obter ganhos eleitorais ou acordos que não envolvam o crescimento da esquerda ou da mobilização popular. Nesse sentido, o PSTU se coloca a reboque da direita através de elementos da direita tradicional ou do chamado centrão, como os tucanos e globais, esboçando uma frente ampla com esses setores.

Em vez de rejeitar essa política da direita, de organizar ‘manifestações’ sem mobilizar os trabalhadores, em um terreno extremamente favorável para a direita golpista, o PSTU se coloca a reboque dando uma fachada de esquerda.

Quem conhece o PSTU e sua política não vai ficar espantado. Há muito tempo possui uma política de acordo com a direita e o imperialismo. Podemos ver este fato não somente na política nacional, como apoio ao golpe em 2016, de se alinhar com a direita em diversos estados como o Rio Grande do Norte, mas também na política internacional.

Defenderam golpes em todos os continentes. Se posicionaram pela derrubada do chavista Nicolas Maduro na Venezuela, em favor do golpe dos nazistas na Ucrânia, no Líbano e outros países em que, da mesma maneira no Brasil, o imperialismo organizou a derrubada de governo nacionalistas.

Não é por acaso que o PSTU é um partido em frangalhos. Sua política de sucessivos apoio a golpes e de sempre estar a reboque da direita vem causando grandes problemas e levando a ‘rachas’ e ao seu completo desaparecimento e intervenção diante da situação política.

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