Lenín Moreno, o presidente eleito pelo partido da esquerda Alianza PAíS, teve como principal cabo eleitoral o ex-presidente Rafael Correa. Moreno havia sido vice-presidente de Correa entre 2006 e 2013. O programa da chapa encabeçada por Moreno era uma linha de continuidade com relação à política de tipo nacionalista implementada por Rafael Correa e tantos outros governos defensores de políticas semelhantes na América Latina, como resultado do fracasso do neoliberalismo dos anos 80 e 90 do século passado, adotado na região por imposição do imperialismo.
Em seguida a sua eleição, Lenín Moreno traiu os seus apoiadores a partir de uma intensa campanha de perseguição política ao ex-presidente Rafael Correa e seus partidários, inclusive ao vice-presidente eleito em sua chapa, Jorge Glass.
Assim como no Brasil, o carro-chefe da campanha de perseguição foram supostas denúncias de corrupção, o que resultou no pedido de prisão e no exílio forçado de Correa e na deposição e prisão do vice-presidente Jorge Glass.
Uma outra vítima do golpe de Estado no Equador foi o jornalista, escritor e fundador da organização Wikileaks, Julian Assange, responsável pelo vazamento de uma grande quantidade de documentos confidenciais, principalmente do governo dos EUA.
Como retaliação, o governo inglês em conluio com o norte-americano, forjou uma denúncia por agressão e estupro, o que levou Assange a se exilar na embaixada do Equador na Inglaterra, ainda durante o governo Rafael Correa.
Com o golpe e em meio as ameaças crescentes para expulsar Assange da embaixada em Londres e deportá-lo para os EUA, o Wikileaks acaba de denunciar a tentativa do presidente golpista equatoriano de “vender” Assange para os EUA em troca do perdão de parte da dívida do país. Também foram divulgados conteúdos vazados do Iphone do próprio Lenin Moreno, que apontam o envolvimento do presidente golpista em crimes por lavagem de dinheiro.
Esse é o conteúdo do golpe: traição e entreguismo em meio o bacanal de corrupção, essa verdadeira e com provas, dos golpistas que tomaram de assalto a quase totalidade dos países latino-americanos.