Na sexta-feira (18), foram encontrados 19 trabalhadores em condições de trabalho semelhantes à escravidão em uma propriedade rural na cidade de Piracuruca (PI), a 163 km de Teresina. Os trabalhadores estavam extraindo palha de carnaúba para produção de pó de carnaúba.
Os trabalhadores viviam na fazenda, onde tinham que dormir em redes amarradas em árvores, não possuíam banheiros ou instalações sanitárias e faziam a sua comida em fogareiros improvisados, ali no local. Isso sem falar no fato de que não havia nem sinal de uma documentação adequada para os trabalhadores e nem nada do tipo.
A denúncia foi realizada pela Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetag). Era um grupo formado por 18 homens e uma mulher, que já se encontravam na fazenda há 15 dias. Além de tudo isso, também não possuíam Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para a realização do trabalho, no entanto, segundo o relatório dos fiscais que ali estiveram, nenhum trabalhador foi encontrado ferido.
Os responsáveis pela contratação das pessoas e donos do terreno serão autuados na Procuradoria do Trabalho e da República, que pode ou não entregá-los para a justiça. No entanto, é sabido por qualquer pessoa que isso não mudará em nada a situação dos trabalhadores que vivem em situação semelhante pelo Brasil afora.
Essa situação e muitas outras semelhantes que se pode encontrar nas muitas fazendas que existem no país, se torna cada vez mais frequente com o avanço do golpe de estado e com a crise econômica que vem se acentuando a cada dia que passa no Brasil e no mundo.
Os capitalistas procuram pressionar o governo golpista a cassar cada vez mais os direitos da classe trabalhadora e suas intenções finais são a de submeter todo o proletariado do país à escravidão, como no caso descrito nesta matéria. O governo Bolsonaro tomou diversas medidas que diminuíram a fiscalização do trabalho forçado no país e também vem tirando todos os direitos da classe trabalhadora, que corre o risco de cair nessa situação.
Além disso, o desespero ao qual as pessoas são submetidas faz com que elas se submetam a qualquer tipo de situação em troca de um prato de comida. Em alguns casos, o trabalhador desesperado passa a levar uma vida na criminalidade, à margem da sociedade. Em outros casos em que isso não é possível, ele vende a sua força de trabalho por quase nada e acaba na precariedade total.
No que depender da burguesia e do regime golpista, toda a classe trabalhadora será colocada nessa situação. A única forma de impedir que todos os trabalhadores se tornem escravos de uma burguesia vampiresca e decadente é pela luta política, com o objetivo de derrubar o governo e o capitalista. A hora é de sair às ruas pelo “Fora Bolsonaro” e procurar unificar toda a esquerda em torno da candidatura de Lula para a presidência em 2022. Apenas assim se poderá impor uma derrota ao golpe de Estado.