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Sem condições de quarentena

Trabalhadores saem às ruas contra a fome e por doações

Com fregueses em quarentena, sumiram os fregueses dos vendedores ambulantes de água , frutas, mariscos, lanches. Corte de Bolsa Família, e o benefício de R$ 600 que não vem.

O medo do coronavírus é grande, mas precisam comer. Mulheres com crianças vão às ruas de Maceió para pedir ajuda.

Madrugada, terça-feira, (31), oito mulheres, três crianças já nas ruas de Maceió. É um grito de socorro. O ganho que tinham era de venda de “quentinhas”, serviço de ambulante, que agora, não vende mais. A cidade está vazia. Outra mulher vendia água. Também não mais vende. A crise gerada pelo coronavírus, levam, as mães muito pobres a sair para a rua e não respeitar a ordem de isolamento social. São trabalhadoras “informais”, que aguardam os R$ 600 prometidos pelo governo, mas não dá para esperar. Nada em casa há para comer.

“Estamos passando muita dificuldade! Tem criança pequena, somos obrigadas a sair de casa para pedir, porque lá não temos nada para comer”, conta Sandra da Silva, 41, moradora do bairro da Levada e mãe de dois filhos, (um com dois anos, que a acompanhava). Sandra relata ser impossível manter isolamento social com fome.

São sabedoras do benefício emergencial, prometida pelo governo federal de R$ 600 por três meses. No entanto, elas não sabem quando esse dinheiro vai chegar. Famílias inteiras perderam suas pequenas rendas e não podem aguardar mais, daí a decisão de sair para a rua já.

Sandra da Silva, 41, moradora do bairro da Levada, sai com seu filho, vendia água mineral na região central da capital alagoana, mas, como o comércio está fechado, não está trabalhando neste momento. “Estamos desempregados, sem suporte e sem renda”, lamenta.

Sirleide dos Santos, 22, vendedora ambulante. Ela e o marido vendiam quentinhas no centro de Maceió, mas foram dispensados porque o restaurante para o qual prestavam o serviço parou de funcionar.

Essa a crua realidade dessas, e de tantas outras famílias pobres, que vivem na informalidade e precisam de apoio para sobreviverem ao isolamento social e fechamento do comércio.

Solidariedade, já que a ajuda do governo não vem

“A nossa sorte é que algumas pessoas ajudam: uns nos dão uma quentinha, outros um alimento para fazer. Não fosse assim, a gente passaria fome”, revela Sirleide. “Se a gente se junta em grupos, as pessoas doam mais.”. As pessoas ficam sensibilizadas, comenta.

ONG Manda Ver, no bairro do Vergel, doa roupas, mas a prioridade maior mesmo, são os  alimentos, que dessa vez, não mais a entidade filantrópica tinha. A ONG presta uma série de serviços à comunidade da orla lagunar de Maceió. Duas providenciais torneiras foram instaladas em paredes externas para que os moradores possam lavar as mãos. “Sabemos que as pessoas precisam se prevenir, muitas não têm água em casa, nem condições de comprar material”, afirma Carlos Jorge, diretor e fundador da ONG que atua na região.

Foram doas 700 cestas básicas, segundo ele, desde que começou a crise causada pelo isolamento social, para moradores das favelas existentes na orla lagunar. “A meta é chegar a 1.000 até sábado”, pontua.

Cortes no Bolsa Família

Entre os 3000 moradores da comunidade, a grita é geral pela demora do socorro prometido pelo governo. “Todo mundo com dificuldade e sem trabalhar”. A lagoa parou. Gente de forra não tem vindo. A única ajuda é a da ONG. É a assistência que a gente tem, que evita que a fome bata.

Nada chegou do governo federal, estadual e prefeitura”, conta a líder comunitária Leonora Herculano Dias, 45.

Os R$ 600 de benefício para os informais “tem que ser para já. Se demorar mais, a gente vai para rua”, acrescenta. Não bastasse a crise atual que fez com que todos perdessem a renda oriunda das vendas de peixes e mariscos, moradores da orla lagunar denunciam que cortes nos últimos meses atingiram beneficiários do programa Bolsa Família. “A maioria das famílias me procurou, em algum desses meses, dizendo que teve bloqueio no benefício, relatou o representante da ONG.

Fica difícil para a gente que é pobre”, lamenta Leonora. “Estou há 15 dias sem trabalhar, passando total necessidade. Com esse vírus está tudo parado. Não fosse essa doação da ONG, teria de pedir ajuda”, revela o Genival dos Santos, 57, pescador, e que mora na favela Mundaú. “Nunca havia precisado, mas agora preciso”, finaliza.

O povo pobre não tem como ficar confinado em casa. Governo não dá a minima condição de sobrevivência. Desempregados, sem dinheiro, não conseguem armazenar comida, remédios. Impossível ficar de quarentena. Família precisa comer, mesmo expostos ao vírus, saem para a rua. Pedem ajuda.

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