O ministro da Economia Paulo Guedes anunciou, nesta segunda-feira (16), um pacote do governo que pretende injetar R$ 147,3 bilhões para combater os efeitos da crise do coronavírus na economia. De acordo com o diretor técnico do DIEESE, Fausto A. Júnior, as medidas são importantes, mas não contemplam a imensa massa de trabalhadores que se encontram no setor informal da economia, cerca de 60% do total da força de trabalho do país, que já sentem os efeitos com a diminuição ou até mesmo a perda total da renda.
Foi anunciada a liberação de R$ 4,5 bilhões de recursos para a Saúde, o que é absolutamente incipiente para preparar o sistema público de saúde (SUS) para atender a população, diante de seu atual nível de precarização e sucateamento devido às políticas neoliberais implementadas desde o golpe de Estado. As políticas neoliberais, como o congelamento de gastos por 20 anos e a Lei de Responsabilidade Fiscal impedem que União, Estados e municípios realizem investimentos para enfrentar o problema.
A dualidade do sistema público x sistema privado é um obstáculo para o combate à epidemia. Seria fundamental a imediata estatização do sistema privado de saúde, como estão fazendo os países imperialistas. O Estado deveria intervir nos laboratórios, distribuir os materiais de prevenção, impedir a especulação com os gêneros básicos e os materiais de higiene, investir massivamente na ampliação de leitos hospitalares e UTIs e organizar a população.
Se o governo Bolsonaro e todo o bloco político golpista – Doria, Witzel, Zema, Caiado, etc – não forem derrubados pelo povo nas ruas, é possível que o país se transforme em um cemitério a céu aberto. Todas as consequências da crise recairão sobre os trabalhadores, em especial os trabalhadores informais, os desempregos e os subempregados, que compõem a maioria da população e se encontram completamente desprotegidos e desamparados pela política neoliberal.