Com o término do primeiro dia de uma gigantesca greve geral na França, muitos trabalhadores franceses decidiram por continuar o movimento pelo menos até segunda, nesta que é uma das maiores mobilizações no país dos últimos anos.
O setor que encabeça esta revolta são os ferroviários, que em assembleia durante a greve, decidiram por ampla maioria permanecer de braços crusados e amplificar as manifestações populares.
Graças a essa tomada de decisões grande parte de todas as vias de transporte francesas estão completamente paralisadas. Os metrôs por exemplo, apenas funcionam totalmente nas linhas automáticas, ou seja, onde não há condutores, resultando no funcionamento de apenas duas linhas.
Outras centenas de linhas de ônibus estão paradas, já nos aeroportos as empresas foram obrigadas a cancelar dezenas de vôos. O país está em completa ebulição, formando uma greve geral de tendências radicais, uma continuidade da onda de manifestações que ocorreu no país lideradas pelos coletes amarelos.
O caso francês é movido por uma crise que não está dentro apenas do território deste ou aquele país, mas sim um reflexo da crise mundial do capitalismo, que hoje vai entrando em uma nova etapa.
A França foi de maneira mais evidente, um dos primeiros países a demonstrar em seu interior este fato. Há um ano atrás o país entraria em completa ebulição, a população revoltada saiu às ruas e quebrou tudo, houve centenas de enfrentamentos com os órgãos de repressão do Estado, em uma das mais radicais mobilizações desta década.
Após isso, vemos o fenômeno tomar proporções continentais em toda América Latina. Equador, Chile, Bolívia, Haiti, entre tantos outros, viram sua população se revoltar contra os regimes políticos, contra os golpistas e contra o imperialismo.
Por isso, quando tratamos do caso francês, brasileiro ou chileno, não podemos ver eles de forma isolada, mas sim como todos movimentos originários da mesma base: o aprofundamento da crise mundial e terminal do capitalismo.
Esta crise é o que está colocando fogo no mundo e faz com que os franceses realizem, até mesmo de acordo com os jornais burgueses, uma greve geral de proporções inéditas neste século, sendo comparada diretamente com a crise de 1995, uma das maiores greves gerais no país dos últimos tempos.
Outro ponto importante a se frisar é que, assim como nas mobilizações que vemos em nosso continente, o caso francês não implica no desejo do povo em impedir que uma ou outra medida seja aplicada, mas sim, de um amplo movimento revoltoso, uma rebelião popular que vem assumindo cada vez mais posições radicais, e que entra diretamente em confronto com o regime político.
A reação da classe operária, que visivelmente leva a frente todo o movimento na França também implode a Itália, com grandes manifestações atingindo principalmente a região Norte do país, aquela mais industrializada.
Esta tendência está por todo mundo, um passo a mais na crise terminal do capitalismo, se iniciando dessa forma em muitas regiões uma etapa que facilmente pode se tornar revolucionária.
Graças a isso, a decisão em permanecer o estado de greve e indicar após segunda (9) uma continuidade da mobilização, com atos, etc, demonstra a forte disposição da classe operária em derrubar o governo Macron.
Fora Macron!