O jornal TeleSur retrata que no Uruguai estão convocando uma nova onda de protestos contra a LUC – Lei de Urgente Consideração, que não tem relação nenhuma com o coronavírus.
As manifestações são organizadas pelos estudantes, sindicatos dos professores e outros sindicatos que decidiram marchar contra a lei, que foi enviada ao congresso para votação em caráter de urgência e aprovada pelo senado. E trata-se de uma ampla reforma do país, cumprindo a promessa de campanha do presidente Luis Lacalle Pou.
A Frente Ampla está pedindo referendo popular para invalidar no todo ou em parte essa lei que tem 502 artigos e é um retrocesso para as conquistas de décadas de luta.
Segundo o jornal El País, a lei trata do “desequilíbrio fiscal e a insegurança pública”, dá mais poderes às forças de segurança e endurece o código penal, aumentando as penas, inclusive para menores de idade. Coloca limitações dos gastos do governo, reduz o número de funcionários do Estado. Corta verbas para a educação. Altera o funcionamento das empresas de eletricidade, água, combustíveis e comunicação. Revoga mais de 60 leis aprovadas durante os governos da Frente Ampla.
Vemos assim que o povo uruguaio está tomando consciência do que representa essa lei. Estão indo às ruas, mesmo com a pandemia, para defender seus direitos e barrar o avanço do governo de direita que caminha a passos largos para a extrema direita. Basta ver o que representa essa lei para o povo, e também que em vários ministérios estão pessoas do partido de extrema direita com o Cabildo Abierto.
Da mesma forma que ocorre em vários países do mundo e em particular na América Latina, os governos de direita que tomaram o poder por uma série de manipulações eleitorais e até por golpes de Estado, estão impondo ao povo um completo genocídio, desemprego, fome, miséria e privatizando tudo, saúde, escolas, etc.
É mais uma lei antidemocrática, que impõe inúmeras restrições ao povo e ao mesmo tempo coloca todos os recursos do Estado nas mãos dos empresários imperialistas. Aumenta a repressão policial militar contra o povo e protege os ricos.
Em todos os países vê-se a mesma política, tirar dos pobres e dar aos ricos. Em todas as crises, quem paga os pesados fardos é sempre a mesma classe, a dos trabalhadores. Essa é a política da direita, que não tem nada de democrática. Basta ver as condições em que estão colocando a classe trabalhadora. Estão morrendo de fome, de vírus, sem moradia, sem assistência a saúde e perdendo a escola pública.
Enquanto a Frente Ampla tenta resolver a questão através de referendo para anular a lei, já aprovada no parlamento, o povo se vê obrigado a se organizar e lutar no único lugar que é possível vencer, enchendo as ruas com suas manifestações pedindo o fim do regime de fome e opressão.