Na manhã deste domingo (21), profissionais da saúde realizaram, na capital de Alagoas, um protesto em frente à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Os trabalhadores fincaram 50 cruzes na Praia da Avenida, localizada no bairro Jaraguá, em referência aos 50 mil mortos pela Covid-19 no Brasil, levantando cartazes que exigiam a derrubada de Bolsonaro e destacavam a importância do aporte adequado de financiamento do SUS.
“Fora Bolsonaro”, “Vidas negras, indígenas e periféricas importam”, “Profissionais da saúde juntos pela vida” e “Defender o SUS é defender a vida” foram algumas das reivindicações exibidas pelos manifestantes.
O ato, que ocorreu também em outras capitais, foi promovido pela Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares (RNMP), a Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia (ABMMD), a Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), a Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi), a Federação Nacional dos Nutricionistas (FNN), a União Nacional dos Auditores do SUS (Unasus) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Seguridade Social (CNTSS).
O comunicado divulgado pelas organizações declarou que, além da solidariedade às famílias das vítimas, o protesto visou repudiar a “posição genocida” do Governo Federal frente à pandemia; a intervenção militar ao Ministério da Saúde, que há mais de um mês está sem ministro efetivo, sendo militarizado por Bolsonaro, o que “vem comprometendo sobremaneira o trabalho técnico frente à pandemia”; as declarações “incentivando agressões a trabalhadores de saúde em seu ambiente de trabalho”; a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para os profissionais de saúde, entre outras denúncias.
Simultaneamente ao ato dos trabalhadores, alguns apoiadores da política genocida de Bolsonaro reuniram-se no Corredor Vera Arruda, na Praia da Jatiúca. Vestidos de verde e amarelo e hasteando bandeiras do Brasil e de Israel, o modesto grupo cantou o hino nacional e pediu o impeachment de ministros do STF.
O último boletim epidemiológico divulgado pela Sesau apontou que mais de 3,5 mil profissionais da saúde haviam sido infectados por coronavírus em Alagoas. Em todo o estado, já são quase 30 mil casos confirmados.