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Espionam a esquerda, os defensores de Bolsonaro e do regime de tortura, sequestro e mortes da ditadura de 64

Chegou à imprensa de esquerda denúncia de dentro do comando da campanha petista de que “as principais peças do comitê de Fernando Haddad têm sido monitoradas pela área de inteligência das Forças Armadas”. Mostrando o caráter oficial dessa espionagem, as denúncias públicas, e não desmentidas, dão conta de que “por trás da espionagem estaria o general da reserva Sérgio Etchegoyen, chefe do GSI, o órgão controlador da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin. O objetivo seria reunir informações para ajudar Bolsonaro a triunfar daqui a duas semanas”.

O monitoramento do Exército e sua tutela sobre o atual regime político, nem de longe é uma novidade, como – há muito – vem denunciando este Diário.  Os militares estiveram na linha de frente de toda a operação golpista que levou à derrubada da presidenta Dilma Roussef, por meio do impeachment fraudulento. De lá pra cá, foram assumindo cada vez maior espaço dentro do governo golpista (como os ministérios da Defesa, o próprio GSI, a Secretaria da Segurança Nacional, Polícia Federal etc.), no Supremo Tribunal Federal (STF), onde asseguraram a nomeação como assessor especial da presidência, do general Fernando Azevedo e Silva que, até setembro passado, era segundo em comando do Exército Brasileiro.

Não por acaso, o presidente do STF, Dias Toffoli, passou a classificar o golpe militar de 1964 de “movimento de 1964”, em sintonia com a campanha da chapa golpista que em sua campanha assinala que não houve ditadura no País.

À toda essa operação semi-clandestina, se somou todo o envolvimento direto dos militares no fraudulento processo eleitoral, o que lhes assegurou, inclusive, a eleição de dezenas de representantes seus para o Congresso Nacional e assembléias legislativas, além da classificação com certa vantagem eleitoral da chapa golpista Bolsonaro-Morão para o segundo turno das eleições, com larga chantagem de vitória no segundo turno.

Na campanha do segundo turno, o caráter reacionário e golpista desta ofensiva militar vem se acentuando, com o candidato golpista apresentado como possíveis integrantes de seu ministério, cinco generais, o que significaria um terço da composição desse governo militar, todos declarados defensores do golpe militar e saudosistas da ditadura militar.

O próprio candidato apresenta-se como o candidato da caserna e dos setores mais reacionários e criminosos do aparato repressivo, como na sua ilegal visita de campanha dessa segunda feira (dia 15) ao Bope (Batalhão de Operações Especiais), no Rio de Janeiro, onde além de agradecer o apoio de policiais, anunciou “pode ter certeza, em chegando, teremos um dos nossos lá em Brasília”. Na ocasião Bolsonaro encerrou seu breve comício com o grito “Caveira“, grito de guerra que entoa o símbolo do Bope, em sua ação criminosa contra a população pobre e negra do Rio.

Por sua vez, o “comando” da esquerda – cada vez mais na mão dos defensores do que era outrora o “plano B” (a substituição de Lula por outro candidato mais palatável ao regime golpista), ao mesmo tempo em que retira da campanha tudo o que possa lembrar uma campanha de esquerda, como a defesa de reivindicações democráticas contra o regime golpista (como a defesa da constituinte), a defesa dos direitos das mulheres contra a reação (como a defesa do aborto), a defesa da liberdade de Lula e demais presos políticos do regime e até a cor vermelha. Nesse quadro de capitulação, visando supostamente atrair apoios duvidosos de setores golpistas, se abandona a denúncia dos crimes da ditadura que a campanha golpista também quer fazer o povo esquecer.

Contra esta política, é preciso levantar uma ampla campanha contra o avanço dos golpistas sendo como eixos reivindicações fundamentais como Fora Bolsonaro e todos os golpistas, liberdade para Lula e todos os presos políticos do regime.

Não se trata apenas de uma disputa eleitoral, em eleições totalmente viciadas, como se comprovou no último dia 7. É preciso denunciar os planos dos golpistas hoje juntamente com a difusão da verdade sobre o golpe militar de 1964 e os crimes da ditadura, tais como a perseguição política, prisões ilegais, tortura, sequestros seguidos de desaparecimento, exílio de oposicionistas, estupros, indução ao aborto de militantes grávidas, por meio de murros e chutes nas barrigas ou mesmo através de introdução de instrumentos nos corpos, centenas de assassinatos, encobrimento de atos de pedofilia por parte de apoiadores dos militares, intervenção e fechamento de organizações populares e sindicais etc.

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