Na primeira ação da Força Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) no Centro de Reeducação Feminino de Ananindeua, na região metropolitana de Belém (PA), ocorrida no último dia 4 de setembro, os agentes atacaram as celas e torturaram as detentas.
Segundo reportagem do jornal Brasil de Fato, eles adentraram o presídio de madrugada, atirando bombas dentro dos cárceres e jogando spray de pimenta nas presas.
“Em seguida, as mulheres foram obrigadas a ficar de roupa íntima, algumas tiveram que ficar completamente nuas. Depois, em procedimento, foram obrigadas a sentar no chão com as mãos na cabeça e receberam golpes de cassetete nas pernas e braços. Algumas foram arrastadas. Durante o tempo em que ficaram nessa posição, as mulheres foram privadas de água e receberam apenas uma alimentação por volta das 17h, após 13 horas”, relata a reportagem.
Além de ameaças de morte, prisão de 80 detentas em uma única cela durante a operação e desmaios, nas semanas seguintes as detentas continuaram sofrendo maus-tratos e humilhações, obrigadas também a comer alimentos praticamente estragados.
Esse tratamento desumano foi informado no Relatório de Inspeção Carcerária do Centro de Reeducação Feminino de Ananindeua, elaborado pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Pará.
Essa operação da FTIP foi autorizada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, o fascista Sérgio Moro, e será prorrogada até 27 de outubro. A FTIP foi convocada a pedido do governador do Pará, Jader Barbalho, após massacre no Centro de Recuperação de Altamira, onde 58 pessoas morreram.
Essa ação da FTIP é mais uma amostra do quão fascistas são todas as forças de segurança – leia-se repressão – do Estado burguês, tanto nas ruas com os cidadãos que estão livres como nos presídios, onde o Estado coloca os pobres e negros para sofrerem verdadeiras torturas.
Os presídios brasileiros são verdadeiras masmorras, máquinas de moer gente, centros de tortura e extermínio da classe trabalhadora. Homens e mulheres, como demonstrado pelo caso no Pará, são massacrados nos presídios. É preciso que se levante uma ampla campanha nacional contra o sistema carcerário, pela extinção das forças de repressão do Estado e pela liberdade dos presos, mantidos em verdadeiras Aulschwitz espalhadas por todo o território brasileiro.