Conforme matéria da Coluna Halbzeit na emissora Deutsche Welle, a Associação de torcidas organizadas da Alemanha lançam manifesto contra o plano de reinício dos jogos da Bundesliga em maio com partidas fantasma (sem público). “Seria um escárnio para a sociedade e para os engajados na luta contra o coronavírus”, diz. Informa ainda que a Tv pública ARD em pesquisa recente apurou que 52% da população aprova o retorno dos jogos mesmo com estádios vazios, com transmissão só pela TV . 30% votaram contra e 18% dizem que não se interessam por futebol.
É sabido que o esporte nacional na Alemanha é de longe o futebol e portanto o resultado de 52% é medíocre. E o lobby do futebol está fazendo pressão diariamente, a começar pelo CEO da Bundesliga. Dois governadores já anteciparam que não se opõem à decisão, Baviera e Renânia do Norte-Vestfália. Nesses estados estão 13 clubes das duas divisões. Seria coincidência?
A questão de liberar ou não os campeonatos está sendo pensada pela ótica dos capitalistas, os clubes sem arrecadação e as emissoras sem transmissão com menor audiência. No caso dos clubes-empresa, ficam sem receber o dinheiro dos direitos televisivos e dos patrocinadores.
Enquanto os jogadores que fazem parte da elite com salários astronômicos, mesmo ficando sem parte dos ganhos, ainda conseguem viver bem. Enquanto os de categorias inferiores, sofrem duras penas. Torcedores reclamaram que estão perdendo uma série de direitos fundamentais, enquanto morrem centenas pelo coronavírus, ainda faltam máscaras, e a economia definha.
A Bundesliga faturou cerca 4,8 bilhões de euros ano passado e ao mesmo tempo os clubes reclamam que estão a beira de quase falência. Voltar com os campeonatos acaba expondo os atletas e delegações ao contágio do coronavírus durante a partida. Ao mesmo tempo poderão formar aglomerações no entorno dos estádios como de costume por causa do jogo, colocando em risco a população.
Ademais, a intenção é garantir os lucros das empresas que se associaram aos clubes, se beneficiando. E acabando deixando os clubes à beira da falência.