Na etapa de decadência vertiginosa em que se encontra o capitalismo, a burguesia tem um único programa para a humanidade: esfolar os trabalhadores de todo o mundo para dar uma sobrevida aos capitalistas diante da crise irreversível que eles próprios criaram. Esse programa, obviamente, não pode ser aplicado de maneira pacífica: em todos os países, a burguesia tem aplicado uma série de golpes com o objetivo de estabelecer governos que traiam os interesses de seu próprio povo.
Diante desse quadro, a tendência natural é que a população de todo o planeta, esmagada pelos seus algozes, se levante de maneira decidida a acabar com o capitalismo. Se essa população estiver armada, a liquidação dos capitalistas seria algo ainda mais imediato – o desarmamento do povo é, portanto, um imperativo para que a burguesia consiga manter os explorados sob seu chicote.
Embora o desarmamento da população seja uma necessidade para a burguesia, essa pauta tem sido defendida, há décadas, pelas direções das maiores organizações da esquerda nacional. Utilizando argumentos puramente morais, esses setores, que representam, em geral, a pequena-burguesia, acabam por colaborar diretamente com a burguesia, formando, na prática, uma frente única pelo desarmamento do povo.
A direita está armada até os dentes para atacar os trabalhadores. As polícias, desde a militar e a federal até as guardas municipais, possuem armas letais que são usadas unicamente contra a população pobre. A extrema-direita, em geral formada por jagunços e ex-policiais, também está fortemente armada. Desarmar o povo é, portanto, deixá-lo nas mãos de seus inimigos para ser trucidado sem qualquer chance de defesa.
No Rio de Janeiro, o governador Wilson Witzel (PSC), imposto pela burguesia em meio à fraude eleitoral, está realizando um verdadeiro massacre contra toda a população. O próprio governador comandou operações de fuzilamento feitas em helicópteros da Polícia Civil. A cada mês que passa, a repressão ao povo pobre do Rio de Janeiro só aumenta: são dezenas de mortos pela Polícia semanalmente.
Witzel é um inimigo de todos os trabalhadores, tão ou mais sanguinário que o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro. Aos trabalhadores e os setores democráticos, não resta outra política a não ser a derrubada imediata de Witzel, Bolsonaro e todos os golpistas.
Os setores da esquerda que defendem o desarmamento da população para evitar a “violência” deveriam ter como política o desarmamento de Witzel e de toda a escória que controla o regime político. Não há nada mais violento que a repressão da burguesia aos trabalhadores.
É preciso, para já, organizar um movimento amplo dos trabalhadores e explorados contra a direita golpista. É preciso dar um basta nos massacres e tomar as armas dos psicopatas como Witzel, Doria e Bolsonaro. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Liberdade para Lula!