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Ditadura de ontem e de hoje

Todas as vezes que os militares tomam o governo é catástrofe

Os militares estão tomando conta do regime político a cada dia que passa, é preciso deixar isso claro e combatê-los através da mobilização popular

Muitos setores da sociedade parecem não ter consciência da importância do papel dos militares no controle do atual regime político. O cenário, no momento, é de total desastre. A pandemia já matou mais de 320 mil pessoas, caminhando rapidamente para os 400 mil, 500 mil e, possivelmente, podendo chegar até a marca de 1 milhão. O Brasil já está há mais de um ano nesta situação e não se pôde ver, em nenhum momento, uma medida efetiva do governo federal (ou dos estaduais e municipais) para conter o desenvolvimento da crise sanitária.

Além disso, o país atravessa uma grave crise econômica. O desemprego alcançou números gigantescos, uma boa parte da força de trabalho do país está em empregos informais, numa situação de precariedade total. Isso sem tratar das pessoas que estão obrigadas ao trabalho escravo ou análogo à escravidão. Uma parte considerável da população já se encontra na miséria total, sem ter segurança de que terá dinheiro para comer no dia seguinte. Diante da chegada dessa crise, o governo federal – controlado pelos militares – optou por doar R$1 trilhão para os capitalistas e banqueiros, deixando a população com um auxílio emergencial de apenas R$600, que posteriormente foi reduzido para R$300 e agora deve ficar na casa dos R$200. O que é um verdadeiro deboche com a população.

Quem está por trás da política que levou o país a essa crise gigantesca são os militares, presentes em peso no governo Bolsonaro. São mais de 6 mil deles ocupando postos no governo. Esses mesmos militares conseguiram conter com relativa facilidade a pandemia dentro das forças armadas. Segundo entrevista divulgada, por meio de uma testagem em massa (cerca de 90% das tropas passaram pelos testes), detectou-se quem estava contaminado, os quais foram totalmente isolados e receberam tratamento, de modo que os índices de mortes por covid-19 dentro das forças armadas foram baixíssimos.

No entanto, para o resto da população, o que os militares têm a oferecer é o descaso e a morte. Uma operação semelhante a essa poderia perfeitamente ter sido aplicada em todo o país, para conter a pandemia entre o povo, apenas mudando o tamanho da operação. A burguesia e até uma parte da esquerda quer fazer a população acreditar que o genocídio do povo durante a pandemia é culpa somente de Bolsonaro, ou então tem causas naturais. Isso não é fato, quem leva adiante essa política são os militares que tutelam o regime político brasileiro, que apenas fazem o que deseja o conjunto da burguesia. Tanto é que a tragédia do coronavírus não se deu apenas no Brasil, mas em quase todos os países do mundo. A morte de milhares de pessoas em cada país é apenas uma consequência da tentativa da burguesia de conter os gastos em detrimento do sofrimento humano.

No Brasil, os militares ocupam cargos de governo e dominam o poder político do país a cada dia que passa. No governo do golpista e genocida Bolsonaro, são os generais que dominam a situação. Desde 2016, os militares demonstram o tempo todo estarem controlando a situação. Logo após o golpe, no áudio vazado com as falas de Romero Jucá, ele já declara estar conversando com os militares para a contenção do MST, caso houvesse revolta. Hoje é possível ver que os sem-terra estão sendo assassinados aos montes por jagunços e pistoleiros, com conivência das forças armadas e policiais.

Outro momento em que a presença dos militares ficou clara foi quando Dias Toffóli assumiu a presidência do STF, com um general como assessor, o que era um sinal claro da ingerência dos militares dentro do Supremo Tribunal. A partir daí, todas as ações tomadas por esses ministros estavam de acordo com o que queriam os generais. E, quando havia qualquer indício de que a sua vontade poderia ser contrariada, eles ameaçavam o STF e todo o país, seja de forma velada ou através das redes sociais. Foi assim quando aventou-se a possibilidade de soltar Lula antes das eleições de 2018 e o general Villas Boas (tido por um setor da esquerda como grande democrata) foi ao twitter declarar “Asseguro à nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”, em clara insinuação de que interviria caso Lula viesse a ser libertado naquele momento.

No governo do golpista Michel Temer, os militares tiveram importantes avanços no sentido de dominar totalmente o estado. Um deles foi a intervenção militar realizada no Rio de Janeiro e a recriação da SNI, sob o comando do General Heleno. Agora, no governo Bolsonaro, eles dominam diversos ministérios e também cargos legislativos e executivos.

É preciso ter clareza que todo o golpe de estado foi dado com total anuência e cobertura das forças armadas, que estão defendendo os interesses do imperialismo. Durante essa semana, celebraram o golpe de 1964, demonstrando que estão dispostos a repetir o período de terror político nos momentos atuais. O regime político está aprofundando a repressão, com censuras, prisões políticas e assassinatos de lideranças – particularmente no campo. Apenas a mobilização popular poderá se opor a isso e colocar um freio à sanha golpista dos militares. É preciso mobilizar o povo e, no momento, o caminho é a luta pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas e pela candidatura de Lula em 2022.

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