Por quê estou vendo anúncios no DCO?

A crise se intensifica

Toda a América Latina grita: fora Piñera, Moreno, Macri e Bolsonaro

A solução para esses países só virá de um enfrentamento entre a burguesia e as massas, não através de uma normalização democrática

A crise capitalista mundial é a base da convulsão social e política que está atingindo vários países da América Latina, como o Equador, Chile, Haiti, Honduras, Uruguai e Argentina.

No Equador, as massas se levantaram contra o governo golpista de Lenín Moreno. Colocaram-no contra a parede, obrigando-o a mudar a sede administrativa da capital, Quito. Foi preciso uma manobra, com a participação de um setor político atrasado dos movimentos indígenas para acalmar a situação depois de muito esforço. Fato é que o governo não foi derrubado graças a isso, o que não significa que uma nova mobilização não possa estourar em breve.

O problema central que está colocado no Equador é a derrubada do governo golpista. Sem essa perspectiva política, as massas continuarão sofrendo com os ataques da política neoliberal.

Caso semelhante, e mais agudo, é o que ocorre no Chile. As massas se recusam a aceitar as manobras do direitista Piñera. Mesmo com troca de ministérios, um pacote de propostas para a crise e muita repressão, a população não deixa as ruas. O enfrentamento é cada vez maior. O que está colocado para os chilenos também é a derrubada de Piñera. Fica claro que essa é a vontade das massas, assim como no Equador.

O caso argentino pode parecer diferente, mas não é. O resultado das eleições, com a vitória do kirchnerista Alberto Fernández e a derrota de Maurício Macri, deu margem a muita confusão política por parte da esquerda pequeno-burguesa. Muitos entenderam o resultado como uma virada na situação política que significaria que a direita golpista iria deixar o poder em todos os países, inclusive no Brasil, pela via eleitoral.

Tal interpretação não poderia ser mais equivocada. A eleição na Argentina deve ser analisada no marco das revoltas sociais que estão acontecendo nos países vizinhos. O país está a ponto de uma explosão social. Essa tendência, no entanto, foi canalizada pela eleição. A própria burguesia, notando que não teria condições de manter Macri e sua política no governo, fez uma concessão eleitoral. É uma tentativa de controlar a situação de grave crise social e econômica do País. Seria um erro, no entanto, dizer que a vitória de Fernández representa a normalização da situação política do país. A burguesia não está disposta a recuar em sua política, como mostrou no Equador e está mostrando no Chile, onde mesmo diante de enormes protestos, evitaram a derrubada dos governos.

É correto dizer que a derrota de Macri expressa a luta do povo argentino contra a direita e nesse sentido é a vitória do “fora Macri”. O que não se pode afirmar é que o resultado eleitoral deve ser o exemplo para os povos oprimidos dos demais países latino-americanos derrotarem a direita, como se esta estivesse disposta a ceder terreno. Concluir que a eleição seria um marco da mudança de rumo no continente é uma ingenuidade. O problema em todos esses países será resolvido por meio de um enfrentamento profundo entre as massas e o imperialismo.

O continente está diante de uma crise que se torna cada vez mais grave, sem muitas perspectivas de solução porque a crise capitalista continua se aprofundando. Os conflitos tendem a se aprofundar mesmo que a burguesia possa, eventualmente, contornar com essa situação.

A direita não está fora do jogo político. Pelo contrário, a resistência dos governos no Chile e no Equador, e a reação da direita na Bolívia, tentando impor um golpe de Estado diante da reeleição de Evo Morales, mostram que os golpistas não estão dispostos a ceder o poder com tanta facilidade.

A única política efetivamente revolucionária é impulsionar a luta das massas pelo poder. Os regimes políticos latino-americanos estão falidos. É preciso uma política que os coloque abaixo e dê uma orientação consciente para aquilo que as massas estão pedindo em todos esses países, as palavras de ordem de fora Bolsonaro, fora Macri, fora Piñera, fora Moreno.

No Brasil, não é diferente. Só uma política revolucionária é capaz de colocar-se como uma alternativa real ao regime político golpista. Daí a importância da mobilização nas ruas pela liberdade de Lula e pela derrubada do governo Bolsonaro e de todos os golpistas. Essa é a política capaz de colocar em xeque o o governo Bolsonaro e todo o golpe de Estado. O que vemos nesses países em ebulição anuncia o futuro do governo Bolsonaro no Brasil, sua derrubada pelo movimento dos trabalhadores e dos oprimidos, e é nesse sentido que deve ser orientada a mobilização.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.