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Sinpeem

Tirar as lições do 30° congresso do Sinpeem – parte II

Congresso organizado para impedir o aumento e a organização da luta dos profissionais em educação.

Congresso do Sinpeem – Parte II

O 30° Congresso do Sinpeem foi organizado pela burocracia sindical para impedir o aumento e a organização da luta dos profissionais em educação, que durante os últimos três anos, deu grandes demonstrações de força contra os ataques da direita, como na luta contra a reforma da previdência. Aproveitando a grande derrota imposta aos servidores da educação com a reforma da previdência em 26 de dezembro de 2018, com a complacência da direção sindical encabeçada pelo vereador Cláudio Fonseca presidente da entidade, assim como a subida ao poder de Jair Bolsonaro, eleito através da maior fraude eleitoral da história, o governo municipal de Bruno Covas, o sucessor fascista de João Dória continua a impor inúmeros ataques aos professores, alguns deles como o projeto que facilitará a terceirização dos Centros de Educação Infantil(creches), de autoria do próprio presidente do Sinpeem entre outros e que era reivindicação de dezenas de professoras das Ceis que o tema fosse discutido e encaminhada a luta pela derrota do projeto já aprovado em primeiro turno.

Com o avanço da direita, o presidente do sindicato que se elegeu ao cargo de vereador na chapa de João Dória, procurou organizar mais um congresso da categoria de maneira a calar a voz da categoria, de maneira dissimulada. Para isso, repetindo o que vem ocorrendo há cerca de dez anos, proibiu a inscrição de teses políticas a serem debatidas pelas plenárias e permitiu apenas a introdução de emendas à tese guia (Tese da diretoria do Sinpeem), ou seja, o máximo que as correntes políticas no interior do sindicato poderiam fazer seria remendar o texto elaborado pela burocracia. Além disso, outro ponto vital para cercear a voz dos servidores em educação foi a divisão das trinta e seis horas de congresso entre palestras, apresentações culturais e artísticas e plenárias, sendo que estas últimas, as mais importantes de qualquer congresso de trabalhadores, tiveram apenas 5 horas de discussões. Tendo inclusive no penúltimo dia, quando ocorreu a plenária final e onde era esperança de parte da categoria o debate e encaminhamento dos interesses dos servidores da educação, a apresentação do grande sambista brasileiro Jorge Aragão contratado a peso de ouro pela direção sindical, que pela beleza da melodia de seu samba entusiasmou os professores que caíram no samba. Com isso o último dia de debates sobre os rumos da categoria foi ainda mais curto, com o show que estava previsto para se encerrar às 14h20m, terminando apenas as 15h, mais uma das manobras bem calculadas para acabar com o debate político e a luta.

Educadores em Luta defende Liberdade para Lula e é o mais ovacionado de todo o Congresso

No segundo dia de Congresso, em seu período da tarde, já que o período matutino ficou tomado por várias palestras inócuas para defender os interesses de emprego, salário e trabalho dos professores, foi realizada a apresentação dos 15 grupos políticos da situação à oposição que inscreveram emendas ao texto referência, apresentando as linhas gerais das propostas em forma de emendas para a categoria. As emendas apresentadas por todos os grupos deviam propor emendas aditivas, supressivas ou modificativas, divididos em oito temas, que eram:

  • Conjuntura Internacional
  • Conjuntura Nacional
  • Política Municipal
  • Política educacional
  • Questão funcional
  • Questão Salarial
  • Políticas permanentes
  • Plano de Lutas 2019/2020

Apenas Conjuntura Nacional, Política educacional e Plano de Lutas foram discutidas parcialmente, ou seja, uma total sabotagem do congresso síndico-educacional.

Durante a apresentação das emendas a diretoria do sindicato, do grupo Compromisso e Luta, através do Vereador Cláudio Fonseca fez a apresentação da sua “tese-guia”,  apontou a vitória da nossa última greve e a continuidade das lutas seguindo o calendário da CUT, Inclusive chamando para o ato do dia 30 em Brasilia, no entanto, sua política é participação dentro da política de frente ampla, com a direita. Fez a defesa do projeto PL 68/2017 enfatizando a proposta de sua autoria, do vereador presidente, de transformação dos cargos das educadoras de CEIs, atual J30 para Jeif, alegando que tal medida oferecerá garantias aos servidores. No entanto, o que procura se esconder por trás de tal benesse é que na realidade os servidores das Ceis não podem ser demitidas, em virtude de aprovação em concurso, então com a transformação do cargo se viabiliza a transferência destes professores para as escolas municipais e assim se abre a possibilidade de entrega das Ceis municipais para a iniciativa privada, terceirizando-as, ou até mesmo fechando-as. Além do que, o direito que os professores das CEIs possuem hoje de salário com suas jornadas de 30 horas, que correspondem ao mesmo salário dos professores da rede em Jeif, com a transformação passam a ser concorrentes e a quantidade de Jeif na rede que hoje já não atende a toda a categoria será ainda menor com o ingresso de mais professores. Toda essa situação abriu uma grave crise para a direção do sindicato que precisava durante o congresso minimizar a crise na base da categoria que começa a perceber que tal projeto afetará a toda categoria e abrirá os ataques para a privatização das Ceis e num futuro breve, a terceirização/privatização dos demais níveis de ensino.

Outro agrupamento político a apresentar suas propostas foi o golpista PSTU, o partido tucano de bico vermelho, que entre outras questões, levantou a palavra de ordem de “Fora Bolsonaro”. Ora, o partido que há meses atrás, foi o viés de esquerda que a burguesia precisava, lançou mão da palavra de ordem de “Fora Todos!”, ou seja, colocou todos no mesmo ”balde podre” da burguesia e naquele momento o país era dirigido por Dilma Rousseff do PT. O “Fora todos!”, na prática atingia ao PT, ou seja, o PSTU se unia a direita para derrubar o PT e o resultado desta política de derrubar Dilma, prender Lula e eleger Bolsonaro pode ser creditado também ao PSTU. No entanto quatro anos depois do “Fora Todos”, eles agora, levantam nos sindicatos, após quase um ano de destruição dos direitos dos trabalhadores no país, o “Fora Bolsonaro!”, já cantado em verso e prosa pelo povo brasileiro desde fevereiro deste ano, durante o carnaval. Além do que, tal palavra de ordem foi levantada primeiramente pelo Partido da Causa Operária, já no dia 29 de outubro, quando Jair Bolsonaro foi anunciado presidente e o PCO foi o único a caracterizar acertadamente que o futuro governo era resultado da maior fraude eleitoral de todos os tempos ocorrida no Brasil e, portanto, desde aquela data, deveríamos lutar para por para fora os golpistas. Ou seja, ao anunciar agora tal palavra de ordem, é apenas uma tentativa de redenção para procurar redimir o PSTU golpista, da sua política direitista e sua crise falimentar. Os companheiros de Educadores em Luta denunciaram esta farsa em sua intervenção durante o congresso.

Outros satélites do PSTU e da Central Sindical de mentirinha, a Conlutas, estiveram presentes, como a corrente proletária na educação, que durante suas falas fizeram questão de deixar claro que não são a favor de derrubar Bolsonaro, pois, segundo os mesmos, a palavra de ordem que o povo canta pelas ruas, “ei Bolsonaro vai tomar no cú!” e o “Fora Bolsonaro!” são palavras de ordem “eleitoreiras”, mostrando toda a sua falta de bússola.

Outros agrupamentos ligados ao PSOL, confirmaram a política majoritária de seus partidos que sonham com as eleições de 2020 e apoiam o “Fica Bolsonaro!”, não apresentando nenhuma proposta de conjunto que possa derrubar a política golpista de Bolsonaro-Dória e Covas, reproduzindo suas pautas de lutas parciais, que ao  longo dos últimos dois anos levou a classe trabalhadora a ser derrotada nos principais ataques da burguesia até então, como a reforma trabalhista, a reforma da previdência, entre inúmeros outros ataques.

Em geral, não empolgando os mais de quatro mil delegados presentes.

Contra toda essa política de colaboração, os militantes da corrente educadores em Luta e do PCO, interveio no congresso, com o intuito de mobilizar a categoria contra os golpistas no país, distribuindo mais de 6 mil panfletos próprios, conversando com os professores e servidores sobre a necessidade da luta geral para derrotar os golpistas, defendendo a liberdade para Lula, novas eleições gerais com Lula candidato e o Fora Bolsonaro, além, dentro desta luta, da venda de Jornais Causa Operária e da própria intervenção no único momento de fala, dentro do congresso, antes da direção do sindicato procurar desviar o assunto e não polemizar com as propostas de Educadores em luta vista a primeira intervenção da corrente, a mais aplaudida do congresso, vide vídeo a seguir:

Intervenção do PCO no Congresso do Simpeem

Com Cláudio Fonseca, quando não tendo como fugir do debate, preferiu aprovar emenda de Educadores em luta, sem direito a exposição dos companheiros para evitar a polarização com as concepções capituladoras da direção e da oposição no congresso.

O Congresso, no entanto termina, sem nenhum plano de lutas efetivo contra os ataques das direita aos servidores e a classe trabalhadora, mas ao mesmo tempo mostra no apoio da base da categoria a luta contra os golpistas pela liberdade de Lula e pelo Fora Bolsonaro que sua vontade está na contra mão, da intenção da burocracia sindical que procura um acordo com a direita. O Caminho é esse o da mobilização nas escolas e a construção de uma forte e massiva corrente de Educadores em luta, contra o golpe de Estado, pelo fora Bolsonaro.

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