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Kamala Harris

Tigrona com os pretos pobres, tchutchuca com os brancos ricos

A vice-presidente eleita dos Estados Unidos fez a sua carreira botando o povo negro e oprimido de seu país na cadeia e sempre tdefendendo o aumento da repressão

Nessa semana, vimos a “festa” feita por uma parcela da esquerda pequeno-burguesa com a eleição do direitista Joe Biden, do Partido Democrata nos Estados Unidos. As eleições presidenciais norte-americanas deste ano constituíram-se em um dos maiores processos de fraude eleitoral já visto na história do mundo, o que incluiu fraude das urnas propriamente ditas, uma intensa campanha conduzida por todos os órgãos de imprensa contra o candidato adversário, Donald Trump, a censura criminosa do presidente dos EUA por parte das redes sociais como o Twitter, entre outras medidas.

Mesmo assim, a vitória de Biden, o candidato do imperialismo, foi bastante apertada. Isso mostra a dificuldade que o imperialismo tem de controlar a situação atualmente. Um setor bastante oportunista da esquerda nacional, no entanto, não deixou de celebrar essa vitória de forma escandalosamente irresponsável, se comprometendo com um candidato extremamente direitista de um dos dois principais partidos políticos do imperialismo norte-americano.

Parte da esquerda se apóia no fato de que a vice-presidente eleita, Kamala Harris, seria uma grande conquista para as mulheres e para os negros. A candidata foi escolhida com uma clara intenção de realizar uma demagogia identitária, seu pai é jamaicano e sua mãe é tâmil, uma etnia do sul da Índia. No entanto, apesar de sua origem étnica, é preciso ressaltar que Kamala Harris fez toda sua carreira no aparato repressivo do Estado norte-americano.

Durante sua carreira como promotora no sistema criminal norte-americano, Harris sempre procurou defender os interesses do mundo corporativo e do Estado capitalista contra o povo negro dos Estados Unidos, que amarga em celas superlotadas e tendo que exercer trabalho escravo no sistema prisional do país com a maior população carcerária do mundo. Aparentemente, a cor da sua pele nunca a impediu de atuar no sentido de criar as condições para que os negros e também latinos de seu país pudessem ser enjaulados por um Estado policial. 

Antes de se tornar senadora, o cargo que vinha exercendo antes de entrar para as eleições como vice de Biden, Kamala foi procuradora distrital em San Francisca e, posteriormente, procuradora-geral do estado da Califórnia. Durante o mandato de Donald Trump, participou da golpista campanha anti-Rússia promovida pelo imperialismo, procurando articular o seu impeachment. Além disso, atacou o republicano por sua suposta proximidade com a Coréia do Norte. Segundo Harris, Donald Trump “abraça Kim Jong-un, um ditador, por causa de uma oportunidade fotográfica”, em uma flagrante demonstração de direitismo e de anti-comunismo.

Sua iniciação na política foi fazendo carreira no aparato repressivo norte-americano, começando como promotora municipal e distrital em São Francisco. Kamala Harris ficou famosa por ser a promotora da “lei e da ordem”. Sob sua liderança, as taxas de condenação por crime doloso aumentaram de 52%, em 2003, para 67%, em 2006, no seu distrito. Uma verdadeira “máquina de botar gente na cadeia”. Posteriormente, descobriu-se que essa alta taxa de condenações se dava por sua associação com um perito corrupto da Polícia, que forjava provas contra os acusados. Kamala Harris auxiliou a acobertar esse agente e foi julgada por isso em processo. 

Ao se tornar procuradora-geral do Estado, Harris sempre procurou defender o alto nível de prisões da Califórnia contra quaisquer decisões judiciais que viessem a botar isso em questão. Como algumas que houveram condenando as superlotações dos presídios, denunciando que os presos dormiam empilhados nas celas e muitos adoeciam e morriam nas cadeias pelas péssimas condições de higiene e por falta de atendimento médico. Neste processo, a Suprema Corte obrigou o estado da Califórnia a reduzir consideravelmente sua população carcerária. O argumento contrário dado por Harris era que o estado iria perder muito de sua força de trabalho, que constituía de presidiários que ganhavam menos de 2 dólares por dia, para lutar contra incêndios florestais. Em um processo semelhante, de 2015, procurou derrubar uma decisão que dizia que as leis sobre pena de morte na Califórnia eram “desumanas e cruéis”.

Ainda em 2015, Harris defendeu promotores que condenaram pessoas com base em confissões falsas, alegando que “perjúrio não era suficiente para ver má conduta no Ministério Público”. Se aliando, naturalmente, com o criminosos sistema de justiça norte-americano que, inclusive, infringe a lei para colocar as pessoas nas cadeias.

Além disso, Harris deu indício de que está ao lado dos poderosos, mantendo-os longe da cadeia a maior parte do tempo. Harris inocentou Steve Mnuchin, atual secretário do Tesouro e um dos principais vilões da crise imobiliária de 2008, nos EUA, que fez com que muitas pessoas perdessem suas casas e tivessem que ir morar nas ruas.

Curiosamente, Kamala Harris vê com muito orgulho sua carreira nesse moedor de carne que é o sistema penal burguês e, particularmente, o dos Estados Unidos. Ao ser perguntada sobre o porquê de atuar nessa área, ela responde “Há um dever e responsabilidade em ser a voz para os mais vulneráveis e silenciados e fazer o trabalho da justiça. Esse é o trabalho que eu queria fazer”.

É sempre importante notar que, por trás de toda a demagogia, Kamala Harris é, da mesma forma que Biden, uma verdadeira representante do sistema político do imperialismo, que busca oprimir a população de seu país e do resto do mundo. Portanto, a celebração de sua vitória por parte da esquerda constitui verdadeira traição à classe operária e ao povo brasileiro.

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