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Especial Pelé 80 anos

Tesouro nacional: por que Pelé não jogou na Europa?

Pelé foi o desenvolvimento máximo de uma expressão cultural genuinamente popular, uma tradição construída principalmente pela população pobre e negra do Brasil

Edson Arantes do Nascimento, o lendário jogador que encantou o mundo com seu futebol inigualável, comemorou no último 23 de outubro os seus 80 anos. Um dos aspectos marcantes da carreira de Pelé foi seu papel estruturante tanto para o futebol brasileiro quanto para o futebol mundial, uma referência ímpar de artista do gramado. Pelé foi a expressão máxima do futebol brasileiro como o melhor futebol do mundo.

Um aspecto importante do desenvolvimento do “futebol arte” apresentado pelos jogadores brasileiros foi o fato de os jogadores atuarem no contexto nacional. Hoje, com o futebol brasileiro em crise, a força do dinheiro leva os bons jogadores aos clubes da Europa, onde impera o “futebol de resultados”, onde o que realmente importa não é a arte, a beleza, o refinamento tático, mas sim uma estranha matemática, onde tudo ocorre em função de uma verdadeira “bolsa de apostas” que movimenta bilhões de euros em contratos de TV, arenas, patrocinadores, licenciamentos e aquisições.

Apesar de inúmeras ofertas de clubes europeus como Real Madrid e Milan para levar Pelé para jogar na Europa, o fato é que Pelé jogou no Santos durante praticamente toda sua carreira, saindo do país apenas em seus últimos 2 anos de atividade para jogar no New York Cosmos, dos Estados Unidos. E não por acaso.

Naquela época, nas décadas de 1960 e 1970, o futebol brasileiro era o melhor do mundo em si, com um campenato nacional de altíssimo nível, que não devia em nada para as ligas europeias, muito pelo contrário. Foi nesse contexto de excelência que puderam prosperar tantos craques que inventaram um jeito único de jogar futebol. Foi na afirmação de sua própria identidade e de suas próprias tradições, e não no “modismo” importado, que o futebol brasileiro abriu caminho para o supremo panteão do futebol.

A importância de Pelé para o futebol brasileiro foi tanta que em 1961 o então presidente Jânio Quadros, em consonância com seu estilo excêntrico, assinou um decreto declarando o craque como um “tesouro nacional” que não poderia ser “exportado”. Deixando de lado os exageros de Jânio Quadros, o que isso expressa é a importância do futebol para o povo brasileiro (de acordo com recente pesquisa da Nielsen Sports, mais de 60% dos brasileiros declararam-se apaixonados por futebol) e o lugar central de Pelé no desenvolvimento desse esporte no Brasil.

Por tudo isso, uma das reflexões cabíveis nesses 80 anos do Pelé é o quanto o “jogo bonito” desenvolvido pelos brasileiros tem uma origem popular, na população em geral pobre e negra, e como o imperialismo destrói essa expressão popular ao converter o futebol em um valor de troca para realizar o ciclo do capital, tornando-o uma ferramenta da acumulação capitalista. No futebol, assim como nas artes, na cultura, na educação, na saúde, etc., a ação da burguesia é sempre no sentido da destruição das conquistas civilizatórias da humanidade para convertê-las em mera casca do processo de valorização do valor.

Portanto, a marca que um jogador inigualável como Pelé deixou para as futuras gerações é a da importância da preservação das raízes do futebol brasileiro, de suas tradições, de seu caráter popular, de sua expressão artística, e para isso é necessário lutar contra a destruição do futebol pelos capitalistas e pelo imperialismo, impedindo que aquilo que é uma verdadeira expressão cultural do povo brasileiro seja destruído pelo o futebol imposto pelos capitalistas do ramo, o chamado futebol moderno, a força em detrimento da inteligência.

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