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Terra indígena para os gringos

Terra Indígena Tupinambá de Olivença está na mira dos bolsonaristas

Resort de luxo estrangeiro confia tanto no capachismo de Bolsonaro que faz propaganda do empreendimento, que fica dentro de terra demarcada indígena Tupinambá, antes da construção

Segundo reportagem do The Intercept Brasil, em julho a Funai recebeu um documento assinado pelo presidente da Embratur, Gilson Machado Neto. Machado ganhou o cargo após as eleições fraudulentas de 2018, após ser secretário-geral do diretório pernambucano do PSL na campanha eleitoral de Bolsonaro. O documento continha um pedido para que o órgão acabe com o processo de demarcação de uma reserva indígena para permitir a construção de um hotel de luxo no local.

A área de 470 quilômetros quadrados pertence ao povo Tupinambá de Olivença no sul da Bahia, localizadas especialmente nos municípios de Una e Ilhéus. Os registros mostram que os povos originários estão no local há mais de 300 anos e lutam a pelo menos à 15 anos pela demarcação da terra. A primeira fase do processo foi concluída em 2009. Com cerca de 4,6 mil indígenas, além de marisqueiros e pescadores, a região é alvo de cobiça pelas riquezas e belezas naturais, sendo palco de diversos conflitos.

No documento enviado à Funai, a Embratur diz que o grupo português Vila Galé tem a intenção de “viabilizar a construção de 2 (dois) empreendimentos hoteleiros, tipo Resort, com 1040 leitos”, que será “voltado para turistas estrangeiros”. O vice-governador da Bahia, João Leão (PP) postou um vídeo em seu facebook em que Machado Neto chama o projeto de “magnifico” e diz que ele “conta com o apoio do governo federal”.

Apesar de estarem sofrendo variados tipos de perseguições, emboscadas e tentativas de assassinatos, as lideranças dos Tupinambás defendem “a área onde eles querem construir, além de ser dentro do nosso território, é uma área de manguezal, de proteção permanente. Nós não vamos abrir mão dessa área para um resort”. Os indígenas ocuparam o local onde deverá ser feita a construção e tentam expulsar os “brancos” que aparecem para vistoriar ou fazer medições.

De acordo com os antropólogos entrevistados pelo Intercept, a ação é ilegal porque vai contra o artigo 231 e 232 da Constituição Federal. Eduardo Viveiros de Castro, antropólogo na questão indígena disse que “nunca ouviu falar de iniciativa oficial para cancelar demarcação de terra indígena”. A professora e antropóloga da Universidade da Bahia, Mônica Nogueira, afirma que “há grande cobiça sobre as terras por setores econômicos que estão atravessados no poder público”.

O atual presidente da Funai Marcelo Augusto Xavier da Silva, deixa claro de que lado está. Apoiado pela bancada ruralista e assessor do bolsonarista Nabhan Garcia, presidente da União Democrática Ruralista (UDR), defende abertamente a exploração de garimpos em terras indígenas. A partir das eleições fraudadas de 2018, a Funai e outros órgãos de proteção aos indígenas e terra pública vem sofrendo diversos ataques como desinvestimento e aparelhamento do Estado em favor dos grandes latifundiários e investidores estrangeiros.

No último dia 30 de Dezembro, através de uma atitude arbitrária, o ex-juiz e atual ministro da justiça Sérgio Moro, usou um parecer do ilegítimo golpista Michel Temer, baseado no Marco Temporal, para devolver à Funai 17 processos de demarcação de terras indígenas, prontos para serem assinadas, entre elas o território dos Tupinambás.

Sendo que em 2016 o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) julgou o relatório em favor da demarcação deste território por unanimidade (10×0). Não há nenhum impedimento jurídico que impeça a demarcação imediata. Os caciques Tupinambá repudiaram a atitude do ex-juiz, ministro Sérgio Moro, que vai contra a decisão da segunda maior instância do judiciário brasileiro.

Trecho da carta de denúncia do povo Tupinambá de Olivença contra Sérgio Moro:

“Ele decretou o fim da nação mais antiga deste país, pois seu desejo é nos extinguir, mas, para isso, ele terá que matar toda nação Tupinambá, porque ninguém pode expulsar o Tupinambá de seu território, os fazendeiros vieram de fora, nós não, resistimos cada golpe desde a invasão desse país, por isso continuamos existindo. Alto lá! Esta terra tem dono!! Esse Território é da nação Tupinambá!!!”

Diante dos fatos e do governo golpista que tomou de assalto o poder no país, e que trabalha a todo vapor para massacrar, assassinar, expulsar e roubar os indígenas e suas terras, é extremamente importante a construção de comitês de autodefesa dentro dos territórios ocupados e que os povos originários se unam, organizem-se e mobilizem para por abaixo todo esse regime golpista.

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