A reabertura das atividades econômicas no Amazonas, autorizada a partir do dia 1º de junho pelo governador Wilson Lima (PSC), acarretou o aumento de casos de infecção pelo Covid-19. A prefeitura de Manaus se posicionou contrariamente, uma vez que isso vai levar a uma segunda onda da doença.
Cerca de três meses após a divulgação do primeiro caso de infecção pelo coronavírus, Manaus registra mais de 48 mil infectados e 1,4 mil mortes. No mês de abril, a rede pública de saúde da capital entrou em colapso, na medida em que passou a operar com 96% da capacidade operacional. A taxa de ocupação dos leitos de UTI demorou um mês para cair do limite para 64%. E, no meio da pandemia, os políticos da direita atendem às reivindicações da burguesia para o relaxamento da quarentena.
Um grupo de cientistas emitiu uma nota em que alertava as autoridades sobre os riscos do relaxamento da quarentena. Para o pesquisador Lucas ferrante (Inpe), a reabertura pode causar um segundo colapso no sistema de saúde.
Na semana anterior à reabertura, ainda se verificava que a taxa de infecção era crescente. Manaus tinha 13.979 casos confirmados. No dia 1 de Junho, quando entrou em início a retomada das atividades comerciais, Manaus registrava 18.367 casos confirmados. No dia 02 de junho, houve aumento para 18.981 e para 19.043 no dia 3 de junho. No último domingo (07), já eram 20.785 casos.
Os cemitérios públicos de Manaus haviam apresentado queda no número de sepultamentos, que registrou recorde histórico. Os óbitos registrados pelo Covid-19 saltaram 83,1%, saltando de 190 em abril para 348 em maio.
O estado do Amazonas é o segundo em incidência de casos da doença, com 1.042 casos a cada 100 mil habitantes, atrás somente do Amapá. No quesito mortalidade, o Amazonas lidera a lista com uma média de 50,7 óbitos por 100 mil habitantes, enquanto a média do país é de 14,2 mortes por 100 mil habitantes. Conforme dados divulgados na última quinta (04), 12 cidades do Amazonas estavam entre as 20 do país em termos de mortalidade em virtude do coronavírus.
A burguesia pressiona os governos pela retomada das atividades econômicas em meio à pandemia, preocupada com o colapso de seus negócios. É evidente que não há qualquer preocupação com a saúde da população trabalhadora, que vai ser exposta ainda mais ao contágio e à morte. A rede pública de saúde não tem condições de lidar com o aumento crescente do número de infecções e entrará em colapso novamente. Atualmente, são 694 mil casos confirmados e 36.598 mortes. Os óbitos ocorrem diariamente em um média de 800 a 1000. O governo Bolsonaro e o bloco político da extrema-direita fazem um esforço para manipular os dados e esconder a realidade da população.