Deputados federais do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) comemoraram no último dia 31 de outubro o fato de que conseguiram reunir número suficiente de assinaturas de outros deputados para apresentar recurso no texto da reforma da Previdência dos militares. O debate em questão é o Projeto 1645/19 sobre a Proteção Social dos Militares. Após a destruição da Previdência Social dos trabalhadores, não é de se estranhar que o governo Bolsonaro separe os militares em oficiais (altas patentes) e praças (soldados e outros pouco graduados).
Segundo os deputados psolistas, agora a reforma da Previdência dos militares vai ser avaliada novamente no plenário da Câmara dos Deputados, após ser aprovada na Comissão Especial e não mais encaminhada diretamente para ser avaliada no Senado Federal.
Os deputados do Psol se reuniram com militares do Brasil inteiro na tentativa de aprovar seus destaques na Previdência Social dos militares, mas mesmo com todas as manobras oportunistas não conseguiram a aprovação de seus destaques. Após isso, conseguiram assinaturas suficientes para que se encaminhasse um recurso a ser avaliado na plenária da Câmara de Deputados concederam entrevista coletiva onde mostram seu interesse puramente eleitoral e fazem enorme demagogia com a base bolsonarista.
“Eu queria agradecer a vocês pelo exemplo que vocês deram, pela firmeza que vocês tiveram, vocês foram traídos pelo Bolsonaro, pois tiveram muitos votos dos praças…nós entramos nessa briga porque é justa e a gente briga por justiça seja dentro ou fora do quartel. A gente não entrou nessa briga por voto, pois essa eleição já passou….” disse o deputado Freixo com os militares e a bandeira do Brasil ao fundo. No final aparece um militar dizendo que votou em Bolsonaro e no PSL, e que o presidente está abrindo a porta para a esquerda dentro das forças armadas.
A base militar que está fazendo essa frente com o Psol dentro do parlamento é extremamente direitista e é a mais radicalizada em defesa de Bolsonaro na campanha contra a esquerda. A base social do bolsonarismo está em grande medida com esse setor dos militares.
Em meio a crise, Psol quer se aproximar da direita
Esse racha na base social de Bolsonaro é mais um sintoma do agravamento da crise dentro do governo. Mostra que a esquerda deve se aproveitar dessa situação e derrubar Bolsonaro do poder com a população nas ruas. Em vez disso, o Psol com os olhos nas eleições e na caçada incessante de votos, se apoia em setores de direita para ter ganhos eleitorais nos próximos pleitos.
E essa política tem ficado cada vez mais clara. Não é a primeira vez que o Psol flerta com a extrema direita para disputar sua base eleitoral. Vimos isso nas amistosas entrevistas entre Jana (a fascista Janaína Paschoal) e Marcelo Freixo, Sâmia Bonfim e Kim Kataguari (MBL/DEM), as fotos entre Alexandre Frota e David Miranda.
O Psol buscar fazer demagogia com setores da direita para angariar sua base eleitoral. Tentam imitar Bolsonaro para que nas próximas eleições aproximem seu eleitorado, mas isso ocorre em vão porque na hora de votar a direita procura seus representantes mais fiéis e abertamente fascistas.
No meio de uma enorme ascenso da direita bolsonarista e, neste momento, de uma crise dentro do próprio governo, o Psol só pensa nas eleições. E pior, só pensa em se eleger se aproximando de eleitores da direita e um programa que é pura demagogia.