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Victor Assis

Editor e colunista do Diário Causa Operária. Membro da Direção Nacional do PCO. Integra o Coletivo de Negros João Cândido e a coordenação dos comitês de luta no estado de Pernambuco.

Capitalismo na UTI

Tempos de crise, tempos de organizar a rebelião

Queda nas bolsas em todo o mundo indica que a crise capitalista tende a se agravar drasticamente em um curto espaço de tempo.

Por Victor Assis

Ao longo de todo o dia de ontem (9), o coronavírus teve um forte concorrente nas ocorrências hospitalares. Infartos, dores de cabeça, derrames, surtos e muito — muito — estresse acometeram os especuladores da bolsa de valores em todo o mundo. Os especuladores são aquilo que ninguém sabem bem ao certo o que são ou o que fazem, mas que todos sabem exatamente o que são e o que fazem: são os capitalistas, responsáveis por concentrar as riquezas do planeta e por administrar a economia global, que, de tão anarquista, se transformou em um jogo incompreensível e, portanto imprevisível, de compra e venda de ações extremamente voláteis.

Não é para menos que o dia de ontem mexeu com os ânimos dos capitalistas. A Bolsa de Valores do Brasil despencou mais de 12%, ao mesmo tempo em que a Bolsa de Tóquio teve queda de 5% e a Bolsa de Nova Iorque, mais de 7%. Tanto no caso brasileiro como no caso norte-americano, foi acionado o circuit breaker — isto é, quando as negociações são interrompidas automaticamente por um período determinado após uma queda acentuada no mesmo dia.

Em toda a imprensa burguesa, que se encontra bastante preocupada com os acontecimentos, a análise é a mesma: a queda vertiginosa das bolsas de valores no mundo é o resultado da epidemia do coronavírus e das disputas em torno do petróleo. Embora seja verdade que ambos os fatos contribuíram para o caos instaurado na especulação financeira, é preciso levar em consideração uma questão mais importância: o capitalismo está em crise há muito tempo e não só era inevitável que houvesse uma queda como as registradas ontem, como é inevitável seu total colapso a qualquer momento.

Diante do susto de ontem, até mesmo os economistas burgueses, comprometidos até a medula com a manutenção do capitalismo, alertam para a possibilidade de uma nova crise econômica surgir — de mesma intensidade ou até mais profunda que a de 2008. Mesmo antes da queda das bolsas registrada ontem, vários economistas sensíveis às mudanças na especulação financeira vinham prevendo que uma crise estava para acontecer a qualquer momento.

A notícia de que a economia mundial pode entrar em uma nova entrada de crise, que grandes capitalistas entrem na bancarrota, que bancos venham à falência e que empresas gigantescas sejam transformadas em pó arrepia todos os que se beneficiam do modo de produção capitalista. Com a crise, não haverá outra opção para o imperialismo a não ser explorar ainda mais os trabalhadores e pisotear os setores burgueses que não tenham força suficiente para se impor. Em outras palavras, uma nova crise econômica se traduzirá, inevitavelmente, em novos golpes de Estado, em novas ditaduras e novos governos que se coloquem francamente como inimigos do povo.

Insistentemente, a esquerda pequeno-burguesa tem feito enorme propaganda de que as raras vitórias eleitorais da esquerda — ou de frentes em que a esquerda faz parte — em alguns episódios específicos sejam uma vitória contra o avanço da extrema-direita. Seria o caso, por exemplo, da vitória de Alberto Fernández e Cristina Kirchner na Argentina e da vitória da Geringonça em Portugal. Nada poderia ser mais falso. Na medida em que vai ficando claro que o capitalismo está em crise e que a única maneira para que o imperialismo se sustente é por meio da aplicação — obrigatoriamente — truculenta da política neoliberal, a extrema-direita vai se impondo como única opção para os capitalistas.

Se por um lado a crise reforça o avanço da extrema-direita, por outro, revela a debilidade do modo de produção capitalista e, consequentemente, as contradições internas da classe dominante. Isto é, revela, para os trabalhadores e demais explorados, um mar de possibilidades para uma intervenção direta e decidida no situação política.

Organizar uma investida ainda mais dura contra a população mundial, ainda mais em um cenário em que as contradições da burguesia explodem, levará, inevitavelmente, a uma rebelião generalizada contra a ordem vigente. Diante disso, a tarefa mais importante do momento é organizar as tendências fortíssimas à mobilização de toda a população em conjunto para garantir que os trabalhadores saiam vitoriosos em sua luta contra a corja de parasitas que está arrastando a humanidade para a decadência. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Revolução, governo operário, comunismo!

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