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Cresce a crise do imperialismo

Temendo desestabilização, burguesia quer evitar volta de Trump

O imperialismo dos EUA tremeu de medo com a invasão do Capitólio, que demonstra o tamanho da crise política e a impopularidade de Biden, agora quer cassar os direitos de Trump

No dia 06 de janeiro manifestantes pró Trump realizaram um ato em frente ao Capitólio em Washington, sede do Congresso dos EUA, interrompendo o processo que oficializava Biden como novo presidente. Dada a gigantesca crise política no país o ato se radicalizou levando a invasão do prédio, acontecimento que chocou o mundo inteiro. Muitos setores da esquerda impulsionados pela burguesia alegaram que o ocorrido foi uma tentativa de golpe fascista, contudo ao se analisar os fatos é perceptível que o que aconteceu foi uma manifestação radicalizada de setores da direita ligados a Trump protestando contra Biden, representante do principal setor do imperialismo, grande responsável pela atual situação calamidade internacional e nos próprios EUA. No dia seguinte os democratas tentaram iniciar processos de impeachment e cassação dos direitos políticos de Trump temendo que sua atuação política siga desestabilizando o regime.

O processo eleitoral dos EUA demonstrou em que pé está a crise econômica e política, o senhor da guerra Joe Biden era o candidato do principal setor do imperialismo, desde os monopólios petroleiros, ao complexo industrial militar e aos grandes bancos, que juntos controlam a maior parte dos órgãos de imprensa, unificados em defesa de Biden. Mesmo com o apoio do imperialismo, maior força de dominação dos povos que já existiu, Biden por pouco não perdeu de Trump, as eleições foram muito acirradas com grandes irregularidades como a absurda votação por correio o que levanta uma grande possibilidade de fraude eleitoral.

O atual presidente de extrema direita, Trump, já vinha anunciando antes das votações que não deixaria o cargo sem travar uma luta, ele exigiu a recontagem de votos em vários estados, e tentou usar a força do aparato de Estado como ministros e alguns juízes para tentar cancelar o resultado eleitoral, mas não obteve sucesso. Biden por representar a destruição completa da economia que vem acontecendo desde a década de 1980 nos EUA é extremamente impopular e por isso é recebido com grande resistência pela base de Trump, sendo assim, essa resistência da direita ao regime também se expressa nas ruas como foi visto no ato desta quarta feira.

Aqui é importante destacar que é errado a análise de que toda a base de Trump é fascista, apesar de o presidente possuir um grande número de apoiadores da extrema direita, incluindo nazistas, uma grande parte da classe operária que sofreu com a destruição neoliberal das indústrias, que veio junto ao desemprego, desocupações e a pobreza, considera Trump como uma possível alternativa. O presidente se apresenta demagogicamente como uma espécie de nacionalista, com políticas de proteção da economia que levariam a uma melhora na vida da classe trabalhadora em oposição branda à política de Biden de cortar todos os gastos sociais do Estado, retirar direitos dos trabalhadores, aumentar as guerras e seguir na destruição da indústria norte americana.

Seguindo nesta análise os manifestantes de quarta feira se constituíam de uma massa confusa de fascistas e também de trabalhadores com tendências conservadoras que enxergam Trump como uma alternativa. Aqui também vale destacar que os regimes políticos só se tornam fascistas quando tem um apoio da burguesia, o que claramente não acontece atualmente nos EUA em que a burguesia defende Biden. Sendo assim a manifestação e o próprio crescimento da extrema direita como uma força de mobilização nas ruas, são uma grande demonstração da crise política em que se encontra o mais importante pais imperialista do mundo.

Aqui também é importante destacar o fracasso total da política de frente ampla. Enquanto a extrema direita cresce a passos largos nos EUA e Trump ganha popularidade, a esquerda se submeteu ao genocida Joe Biden e se apagou completamente. O imperialismo conseguiu uma grande proeza ao usar Trump de espantalho para assustar a esquerda e colocá-la a reboque de tudo que ela anteriormente lutava contra, isso fica claro pelo fato de que a própria família Bush apoiava Biden. A política da esquerda deveria ser independente da burguesia, ou seja, uma política de oposição tanto à sua ala “democrática”, quanto à sua ala de extrema direita. Nos EUA isso se materializaria na defesa da criação de um partido operário para se opor aos dois partidos imperialistas que controlam o país, o Democrata de Biden e o Republicano de Trump. O caminho da frente ampla apenas leva a desmoralização completa da esquerda e à manutenção do domínio da classe operária pela burguesia.

Após a invasão do Capitólio, a burguesia imperialistas dos EUA tremeu de medo, seu candidato, que necessitou de grandes investimentos para tornar presidente, Joe Biden não tem popularidade nenhuma e corre risco de ser derrubado por Trump e seus apoiadores. No dia seguinte quando Biden foi de fato oficializado as lideranças dos democratas na Câmara e no Senado tentaram iniciar um processo de impeachment ou “destituição por incapacidade”, isso há 2 semanas da data oficial da transição, o que demonstra o quanto assustada ficou a burguesia. Não só isso como também há uma tentativa de retirar os direitos políticos de Trump com métodos absurdos como um impeachment após ele sair do cargo apenas para ele perder seu direito a reeleição.

O regime político dos EUA esta em uma completa crise que se expressa desde a própria eleição de Trump em 2016, também nas grandes manifestações e nas eleições de 2020 e agora na transição de 2021. A tentativa de derrubar Trump agora e de retirar seus direitos mostra o quão antidemocrático é o imperialismo e o quanto ele está disposto a manter os seus representantes no poder. A crise do capitalismo internacional não tem nenhuma previsão de cessar e com isso a tendência é que a crise política só se intensifique nos EUA, com possibilidade até de uma guerra civil. Para a esquerda o essencial tanto nos EUA, quanto no Brasil, é não ficar a reboque dos maiores inimigos da classe operária, sejam Biden, Trump, Bolsonaro ou Maia, mas sim de lutar de forma independente contra o imperialismo, seja em sua forma democrática seja em sua forma fascista.

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