Na última sexta-feira (25), a secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados lançou a cartilha “Mais Mulheres na Política – Eleições 2020”, para “orientar” e incentivar mulheres candidatas nas eleições de 2020. Mesmo compondo mais da metade do eleitorado – 52,5% – apenas 13% das cadeiras nas câmaras e 12% das prefeituras nas últimas eleições, foram conquistados por mulheres. O documento foi confeccionado pela Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, em colaboração com a Secretaria da Câmara.
O documento que possui cerca de 50 páginas, contém a história sobre o voto feminino no Brasil; a importância de se elegerem mulheres; detalhes sobre os trabalhos de vereadoras e prefeitas; planejamento de campanhas; e um passo a passo para concorrer às eleições deste ano; entre outras informações. O objetivo é orientar candidatas em 2020 e estimular mais mulheres a concorrer a cargos públicos.
A secretária Nacional de Políticas para Mulheres, Cristiane Britto, informou que a secretaria assinou um protocolo de intenções com 18 partidos, com o intuito de se eleger no mínimo uma mulher para cada câmara municipal. Em resumo: mais uma demagogia usando como pauta, a mulher na política.
Fica muito claro a campanha de marketing barata e extremamente demagógica, em torno da participação das mulheres nas eleições, porém, nunca é colocado em prática, as pautas que de fato irão transformar a vida da mulher na sociedade. Ao contrário disso, somos brindados com mulheres entrando na política apenas para lutar a favor dos interesses da burguesia parasita e sendo verdadeiros instrumentos de ataques contra as próprias mulheres. Ratazanas, que circulam pelas câmaras, sempre articulando para a derrubada dos direitos das mulheres, como por exemplo, a ferrenha luta pela pauta anti-aborto, uma questão de saúde pública, mas que tem sido um dos maiores gargalos nas conquistas de direitos femininos.
A pauta que precisa ser prioridade nas eleições – quando o assunto são as mulheres – são todas as reivindicações urgentes como o direito ao aborto, assistência financeira para as vitimas que sofrem agressão de seus parceiros, oportunidades reais no mercado de trabalho, equiparação salarial com os homens, vagas nas creches, mais, o cumprimento do que já consta em lei, como o aborto em caso de estupro ou quando o feto representa risco para a vida da mãe e, a prisão domiciliar para as presas de baixa periculosidade que estão em fase de amamentação, mães de crianças de até 12 anos ou com filhos portadores de deficiência.
Essa campanha não passa de mais uma demagogia dessa direita golpista, que tem usado mulheres na política para brigar apenas por suas pautas reacionários e antidemocráticas, enquanto todas as pautas de políticas públicas para as mulheres nunca são colocadas em prática.
É necessário que seja feita uma ampla campanha com agitação e propaganda, no sentido de esclarecer o real papel das mulheres na política, que é a luta para a derrubada dessa direita golpista juntamente com essa classe dominante, que são os principais ofensores do retrocesso dos direitos das mulheres e do retrocesso após o golpe de 2016, do mínimo de conquistas que as mulheres tinham conseguido.