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Ditadura militar tailandesa

Tailandeses voltam a protestar contra monarquia golpista

Milhares de pessoas em Bangkok se manifestam contra a monarquia e reclamam mais democracia na Tailândia

Uma verdadeira multidão de pessoas foram às ruas de Bangkok para se oporem contra a monarquia e reclamar mais democracia na Tailândia. No entanto, os apoiadores da monarquia também começaram uma manifestação em apoio ao rei Maha Vajiralongkorn. 

Em outubro passado, um movimento popular na Tailândia exigiu a saída de Prayut Chan-O-Cha. A iniciativa também pediu uma modificação da Constituição, posta em vigor em 2017, durante a junta militar e muito favorável ao exército. 

No dia 14 de outubro, mais de 10 mil manifestantes marcharam em direção à sede do governo para marcar o 47º aniversário do levante estudantil de 1973. Centenas de partidários favoráveis à monarquia, que foram saudar o cortejo real, se reuniram ao longo do percurso, fazendo reviver os temores de agitação em um país acostumado à violência política, e que viu 19 golpes de estado ou tentativas de golpe desde o estabelecimento da monarquia constitucional em 1932.

As autoridades tailandesas emitiram no dia seguinte (15), um decreto de emergência que proibiu e ainda proíbe, “reuniões de cinco ou mais pessoas”, assim como “mensagens on-line que possam prejudicar a segurança nacional” ou “gerar medo”. Os meios de comunicação foram orientados a não publicar informações que possam comprometer a unidade nacional.

Pouco depois do decreto de emergência entrar em vigor, policiais da tropa de choque esvaziaram o acampamento de manifestantes em frente à sede do governo, onde pretendiam permanecer por dias. Muitos já haviam deixado o local, ainda assim mais de 20 pessoas foram presas. Entre os detidos estavamParit Chivarak, conhecido como “Pinguim”, a universitária “Rung” e Anon Numpa, três líderes do movimento dos mais agressivos contra a monarquia.

Entenda os acontecimento recentes, e como as coisas evoluíram. No dia 24/03/2019, foram realizadas as aguardadas eleições da Tailândia, cinco anos depois do golpe que derrubou Yingluck Shinawatra, em 2014. Quando a junta militar assumiu o poder, eleições foram prometidas desde o começo. No entanto, o primeiro-ministro golpista, general Prayuth Chan-Ocha, adiou até agora o processo. Resultados foram previstos para maio.

Os irmãos Shinawatra faziam governos típicos do nacionalismo burguês, com concessões sociais para os mais pobres. Por isso tornaram-se imbatíveis nas eleições, até mesmo sob um ataque intenso e fraudes eleitorais. Por isso sofreram dois golpes militares.

Na sequência, em abril, os eleitores de seis sessões eleitorais da Tailândia tiveram que voltar às urnas para repetir a votação do pleito geral do dia 24 de março, invalidado pela Comissão Eleitoral nesses locais por causa de irregularidades. O órgão regulador ordenou a realização de outra votação após detectar que o número de eleitores que compareceram a essas sessões não correspondia ao de votos emitidos.

Segundo os resultados preliminares divulgados, o partido mais votado foi o Palang Pracharat, que tem como candidato a primeiro-ministro o chefe da junta militar, o general golpista Prayut Chan-ocha.

A fraude eleitoral já se encontra enraizada na nova Constituição tailandesa, aprovada no regime militar atual (que surgiu da derrubada do governo de Yingluck), quando uma assim chamada “reforma” política gerou um sistema eleitoral altamente controlado pelos militares, que tornou praticamente impossível a um candidato não-militar chegar ao poder.

Foram instituídas eleições indiretas, onde o povo somente vota na chamada “câmara baixa”, equivalente à uma Câmara de Deputados, com 500 membros. A “câmara alta”, semelhante a um Senado, é escolhida pelos militares e possui 250 membros. São estes deputados e senadores, por sua vez, que escolhem o Primeiro-Ministro.

Em resumo, enquanto um candidato popular é obrigado a disputar os 500 votos da câmara baixa, os militares já têm garantidos seus 250 votos. Desta forma, ainda que em uma situação altamente improvável, sejam eleitos mais de 376 deputados ligados aos camisas vermelhas, todas as medidas do Primeiro-Ministro assim eleito poderiam ser derrubadas pela câmara alta, totalmente dominada pela extrema-direita militar.

Os “camisas vermelhas”, uma Frente Unida para a Democracia contra a Ditadura, grupo que se opõe aos direitistas “camisas amarelas”, foram os responsáveis pela eleição da Primeira-Ministra em 2011, que somente chegou ao poder após a intensa onda de protestos, ocorrida em 2010, promovidas pelo grupo.

Essa repressão é necessária para a imposição das medidas contra o povo levadas adiante pelos governos de direita capachos do imperialismo, uma ditadura que mostra o que pode acontecer no Brasil, com o aprofundamento do golpe com o Governo Bolsonaro, que, inclusive, já colocou no priemeiro e segundo escalão do governo, uma completa estrutura administrativa envolvendo os militares.

Lá, como aqui, os militares são apoiados pela burguesia local, profundamente ligada ao imperialismo, e por setores conservadores de classe média urbana. Quando levam à frente o seu projeto golpista, os resultados são a ditadura militar com claras características fascistas, como a liquidação da liberdade partidária, onde o próprio poder judiciário serve de pau-mandado dos golpistas, e a obstrução de qualquer possibilidade de chegada ao poder via eleições, com a produção de uma legislação que coloca todo o poder infalivelmente nas mãos da direita.

As semelhanças chegam até mesmo à justificativa golpista do “combate à corrupção”, também utilizada pela burguesia tailandesa para voltar ao poder após a breve retomada de setores mais esquerdistas.

Não resta dúvida que as lutas travadas hoje no Brasil não são novidade nenhuma pelo mundo afora. Tudo o que enfrentamos aqui não é nada mais do que uma simples repetição das muitas operações de massacres de populações inteiras pelo mundo a bem do capital, e que encontram cada vez mais dificuldade em se impor diante da crescente resistência popular.

As experiências concretas do povo tailandês nos deixam lições claras: somente a organização revolucionária das massas oprimidas, em ações diretas de exercício de seu poder, via greves, manifestações e pressão popular nas ruas, é que pode conseguir a vitória sobre os regimes golpistas que se espalham pelo mundo.

 

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