O impulso sincronizado de todos os governadores direitistas em direção à reabertura total encontra dificuldades devido ao atual estágio da pandemia no Brasil. No último sábado, por exemplo, o Rio Grande do Sul registrou 25 novas mortes por COVID-19, chegando oficialmente a 715 mortes relacionadas à doença.
O setor econômico mais diretamente interessado no retorno das aulas presenciais é o das escolas particulares. Mesmo que também sejam os maiores entusiastas do ensino a distância (EAD), os capitalistas do setor foram impactados com a interrupção das aulas presenciais.
O governador do PSDB havia anunciado um plano de retorno às aulas presenciais nas redes sociais, porém teve que recuar momentaneamente. Na semana passada, chegou a anunciar que o retorno seria adiado para agosto. Com a evolução da pandemia no estado, nesta semana mudou o discurso e afirmou que o governo não trabalha mais com previsão do retorno às aulas presenciais.
No entanto, é preciso ter clareza de que não se trata de uma súbita mudança de prioridades do tucano, mas apenas um sintoma da dificuldade que muitos governadores estão tendo em desempenhar seu papel de garotos de recado da burguesia.
Assim como fizeram os governadores de São Paulo e Rio de Janeiro, que defenderam demagogicamente a quarentena no momento inicial, apenas por falta de qualquer outra ação política de combate à doença. Os fascistas João Dória e Wilson Witzel, que chegaram a ser celebrados como governadores científicos, sem nenhum pudor estão pondo em prática a abertura completa das atividades econômicas.
As organizações estudantis e sindicatos da educação não podem ficar parados assistindo ao teatro macabro desses vampiros políticos, é preciso agir em defesa da qualidade do ensino contra o estabelecimento da EAD e para não deixar nas mãos dos lacaios da burguesia a decisão sobre o retorno das aulas presenciais.
A decisão sobre quando será seguro retornar às atividades presenciais cabe apenas à comunidade escolar e acadêmica, que são as pessoas que estarão diretamente expostas à contaminação no caso de um retorno sem condições seguras.
Para defender as comunidades escolares e combater as arbitrariedades da burguesia, a Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) do PCO lançou um programa com 22 pontos para nortear a ação política da juventude na crise atual.