Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Sucateamento: na capital federal, rodoviária pode desabar a qualquer momento

Faltando menos de 9 meses de completar seus 60 anos, Brasília coleciona prêmios e cicatrizes. Monumento da arquitetura modernista, patrimônio cultural da UNESCO, entre outras comendas, a cidade parece abandonada pela administração local.

Tratada com o descaso reservado apenas aos escombros, a cidade parece estar a um passo de desmoronar. Uma sucessão de governos simplesmente ignora recomendações e relatórios dos mais diferentes organismos ligados a preservação do patrimônio, só agindo com reformas de caráter estético ou intervenções pontuais.

O atual governo Ibaneis não foge a essa tradição. Mesmo com apenas 6 meses a frente do Buriti a cidade já sinaliza com mais uma reforma emergencial e superficial, isso na mesma região de uma tragédia recente.

Tragédia anunciada

Na região central de Brasília, onde foram erguidas as primeiras estruturas da cidade, fica a área mais critica. Com a expansão da cidade, o aumento correspondente do número de carros e transito de pessoas, essa zona central concentra o maior número de riscos aos brasilienses.

Esse risco, suavizado por programas de revitalização, se materializou no carnaval de 2018, quando uma porção generosa do viaduto sobre um dos pontos de maior circulação do centro, a chamada galeria dos estados, cedeu, esmagando carros e ferindo três pessoas. O dano somente não foi maior pelo horário, bem no meio da tarde, quando até mesmo o transito fica ameno.

Desde então, a obra de reforma do viaduto paralisou parte da região, causando transtornos e atrasos, principalmente aos frequentadores da galeria, em sua maioria membros da classe trabalhadora, que não podem se dar ao luxo de almoçar em outros lugares.

Sem chance para erros

No último dia 26 de junho mais uma obra da região apresenta os resultados da negligencia. O problema agora é na rodoviária central de Brasília, que fica ao lado desse desabamento. A rodoviária é uma das principais obras da cidade, tanto do ponto de vista arquitetônico quanto viário.

Com fluxo estimado de mais de 700 mil pessoas por dia, ela reside em um conjunto de viadutos e passagens, interligando ônibus, metrô, quatro das principais vias de circulação da cidade, além de servir de passagem entre duas das principais regiões de comercio do centro, a plataforma superior da rodoviária foi parcialmente interditada essa semana com risco de desabamento eminente.

Agora paira no ar uma série de questões:

  •  Se o desabamento é eminente, há quanto tempo a estrutura apresentava problemas graves?
  • A ocorrência de um desabamento acidental, que não se tornou uma tragedia pelo horário inerte em que aconteceu, não serviria de aviso para uma incremento no cuidado com as obras próximas?
  • O atual governo vai interditar e reformar apenas uma parte da rodoviária ao invés de investir em uma reforma extensa, com o objetivo de eliminar por completo os problemas, já herdados de outros governos?

Respostas infames

Algumas respostas para essas questões já estão na mesa. Primeiramente, a afirmação de que uma reforma completa iria interromper de maneira crítica o centro da cidade.

Mas convenhamos, antes perder a paciência com uma reforma extensa, que ser esmagado e morto. Mas esse parece ser um mérito possível do capitalismo, figurar na historia com uma catástrofe, igualável a um desastre natural, mas com base apenas na “economia de recursos”.

Mesmo que se paralise parte da cidade, o governo deveria ter um compromisso fundamental com as pessoas, e não matá-las as custas dos lucros de alguns capitalistas.

Segundo argumento, e esse é o pior, afirma que não há recursos para uma obra do porte da reforma completa. O Distrito Federal, apesar do seu tamanho, possui números gigantes. Figura entre os 5 maiores PIBs dos estados Brasileiros (4ª posição, R$250bi), tem uma das cidades mais populosas do brasil (4ª posição, 2,95mi) e tem direito a um “extra” em seus repasses, o fundo constitucional, que é a contrapartida para o governo local pela tarefa de hospedar a capital federal.

Com todos esses dados a mão, é difícil acreditar que a cidade tenha sido negligenciada ao longo dos anos e agora, mais uma vez, vai passar por outra “mão de tinta” no lugar de uma merecida restauração.

O atual governador do PMDB, Ibaneis, parece mesmo decidido a reduzir o DF a pó. Já anunciou a privatização dos serviços de água e esgoto, energia elétrica e até mesmo de um dos bancos estatais sobreviventes da era FHC, o Banco de Brasília. Mantém o arrocho aos salários do funcionalismo, como os da secretaria de educação, que mantém um congelamento dos salários dos professores há 5 anos.

É o legado do neoliberalismo, que mesmo em menor escala, no governo de um estado do porte do DF, esmaga a classe trabalhadora. As vezes de maneira figurada, roubando seu salario e vendendo seu patrimônio, as vezes de maneira material, sendo negligente com o cuidado da infraestrutura.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.