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Política Burguesa!

STF proíbe cultos, mas autoriza aglomeração no transporte

STF decide que prefeitos e governadores decidam sobre a proibição de cultos em suas jusridições.

Na última semana, o plenário do Supremo Tribunal Federal decidiu, por nove votos à dois, que os prefeitos e governadores podem proibir, em suas respectivas jurisdições, a realização de missas e cultos religiosos presenciais sob a desculpa de evitar a disseminação da COVID-19. O Ministro Nunes Marques, anteriormente, tinha decidido monocraticamente justamente o contrário. Na briga do judiciário burguês, como analisado pelo camarada Rui Costa Pimenta na última análise semanal do dia 10 de abril, quem ganhou foram os bolsonaristas.

Segundo o mesmo, os evangélicos, em si, são uma das maiores bases de Bolsonaro no presente momento. A medida do STF é uma medida truculenta e que desconsidera o problema da população, bem como tem sido apoiada por boa parte da esquerda, em especial da esquerda pequeno-burguesa. Várias outras medidas poderiam ser tomadas para impedir a realização dos cultos, caso existissem casos de atentados à saúde pública. Entretanto, enquanto eles proíbem os cultos as grandes empresas continuam funcionando normalmente, com uma grande quantidade de pessoas em seu interior e com aglomeração nas fábricas e escritórios. A mesma coisa acontece com os transportes públicos, visto que não há um dia, nem na pandemia, que os horários de pico não registrassem superlotação nos trens e ônibus da capital paulista, por exemplo.

Não obstante, nesta mesma semana o Governador João Dória (PSDB) decidiu por reabrir as escolas de todo o estado, ignorando as quase 1300 mortes diárias no estado de São Paulo. A proibição dos cultos, tendo em vista os fatores supracitados, é uma medida politiqueira do STF. Ao falar que é uma medida política, neste caso específico, o camarada Rui Costa Pimenta diz que Bolsonaro está certo em sua afirmação. O que ele não diz é que a posição dele próprio – de reabrir as igrejas e templos para cultos presenciais – também é politicagem barata. É uma luta de politicagem barata, no caso, onde ambos os polos tentam utilizar a religião como arma para campanha política de 2022.

O STF só proíbe a reunião em igrejas para afirmar seu próprio cavalo de batalha em 2022: o combate a pandemia. O candidato da burguesia, o candidato do STF, o candidato da Direita, será aquele que aparecerá como grande combatente à pandemia. Não será aquele que terá lutado para resolver a situação crítica que se encontra a população pobre, o desemprego, a destruição da economia nacional. Não, nada disso, neste ponto o candidato da burguesia será igual ao Bolsonaro: virá para aumentar a miséria, a pobreza e a desgraça nacional. Vai aparecer como o candidato da luta contra a pandemia e tão somente, como vem sendo anunciado pela própria burguesia. A esquerda, inclusive, acabou cometendo o erro grave de apresentar este tipo de pessoa como salvadores da pátria diante da pandemia.

Foi por isso, e tão somente isso, que o STF proibiu os cultos. Foi uma jogada para sua própria torcida. Segundo Rui, a esquerda, de uma forma geral, não deve se somar a esse discurso, nem deve se somar a histeria contra as religiões evangélicas que vem se criando. Não deve pois não se trata de um problema qualquer. As igrejas evangélicas, em particular, contam com 30 ou mais por cento da população e formam um contingente de 60-70 milhões de pessoas. Não suficiente, possuem uma penetração importantíssima nas camadas pobres da população – na classe trabalhadora, nas bases dos sindicatos, etc. Adotar uma política proibitiva e truculenta contra as igrejas evangélicas terá como único e exclusivo resultado a disposição dos mesmos aos desejos da direita. É jogá-los em suas mãos, basicamente.

São medidas antidemocráticas, medidas impensadas de atacar os evangélicos por que eles apoiam o Bolsonaro. A comunidade evangélica, entretanto, não é composta somente de bolsonaristas. À medida que a esquerda e o STF começam a atacar esse setor, de forma impensada, a extrema-direita começa a aparecer para os mesmos como salvadores da pátria, como defensores da liberdade de expressão. A esquerda, assim, não deve se somar à essa política impensada. Uma coisa é, de um ponto de vista político, combater a politicagem evangélica, outra coisa é atacar toda a comunidade evangélica indiscriminadamente. É uma atitude sem sentido. Pode sim, produzir algum resultado para as eleições de 2022, mas será, no final, um resultado catastrófico.

Como marxistas, como revolucionários, para combater a religião nós não devemos agir de maneira truculenta. É necessário que sejamos extremamente inteligentes nas nossas atitudes. Você não extingue a religião com meios políticos. A luta contra a religião política e a religião em geral deve ser travada com muita sabedoria. A atitude respeitosa aos religiosos, assim, se torna uma necessidade para atingir a consciência dessas pessoas. Aderir a campanhas oportunistas como esta que a burguesia está fazendo é o caminho totalmente errado e só trará a derrota na batalha contra as religiões evangélicas.

Interessante pensar que, até agora, até o momento em que a burguesia resolveu atacar a comunidade evangélica, a maior parte da esquerda não falava nada do assunto por medo de se confrontar com uma determinada opinião pública que é bastante forte. Desta histeria que a esquerda vêm aplaudindo e se juntando, não precisamos.

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