O PSOL e toda a esquerda festiva falaram repetidamente, durante as eleições, que era necessário “fortalecer a nossa democracia”. Embora seja esta uma frase bonita, que pode atrair algumas dúzias de votos, dizer tal coisa é, na melhor das hipóteses, um escracho contra a população brasileira, que vem sofrendo as consequências nefastas de um golpe de Estado dado em 2016.
O Brasil nunca teve uma democracia de fato, e agora mais do que nunca o regime político se mostra uma verdadeira ditadura da burguesia. As eleições foram completamente controladas e fraudadas pela direita, a repressão aos movimentos populares cresce a cada dia e a extrema-direita vem atacando mulheres, estudantes e negros impunemente.
Qualquer pessoa, partido ou organização que ouse não obedecer servilmente os interesses da direita é perseguida, controlada e ameaçada. Esse é o caso do ministro do STF José Antonio Dias Toffoli, que foi indicado ao cargo durante o governo do PT e é visto com muita desconfiança pela direita.
Como parte do próprio regimento do STF, Toffoli assumiu a Presidência da Corte há alguns meses. No entanto, para garantir que ele não estragasse nenhum dos planos dos golpistas, a direita logo tratou de “preparar o terreno”. As Forças Amadas obrigaram Toffoli a nomear um general para lhe “assessorar” – isto é, espionar e impedir o ministro de desviar o curso do golpe. O resultado foi imediato: pouco depois de nomear o general, Toffoli veio a público dizer que o golpe militar de 1964 foi um “movimento cívico”.
Recentemente, a direita fez mais uma exigência ao presidente do STF: Toffoli foi obrigado a criar um “grupo de trabalho” para acompanhar e propor medidas para a segurança pública. O grupo, que deverá contar com oito pessoas, terá a participação do general Fernando Azevedo e Silva (o assessor-espião de Toffoli) e deverá ser comandado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
Indicado pelo presidente golpista Michel Temer, Alexandre de Moraes é um dos mais desprezíveis funcionários do PSDB, tendo participado do governo de Gerado Alckmin em São Paulo e do governo do próprio Michel Temer. Moraes é responsável por inúmeros massacres e episódios infindos de repressão à população – não é à toa que seja conhecido como “carniceiro”. A participação de Alexandre de Moraes nesse grupo é mais uma investida da direita golpista para intimidar o presidente do STF.