Nesta segunda (22), foi publicada no jornal burguês Gazeta do Povo, um artigo com o seguinte título “STF ou Forças Armadas? Quem é, de fato, o guardião da Constituição Federal”. Desde já, é preciso esclarecer a discussão levantada na matéria e responder: Nenhum deles é guardião da Constituição, pelo contrário, ambos são golpistas, de 1964 a 2016.
O artigo, do articulista Olavo Soares, procura discutir o conflito entre Supremo Tribunal Federal (STF) e Forças Armadas (FA) em torno do governo Bolsonaro, utilizando para a defesa do STF, o ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso (FHC) do PSDB e para a defesa dos militares, o major-brigadeiro Rodrigues Sanchez, um bolsonarista raivoso. O artigo utiliza pelos menos estas duas figuras da direita, que defenderam o golpe de 2016, para argumentar quem seria o verdadeiro ente guardião da Constituição Federal de 1988, ou seja, da democracia brasileira.
Esses conflitos, que opõe setores da burguesia – de um lado a direita tradicional, de outro a extrema direita bolsnarista – é uma briga de gato e rato interna do bloco golpista, ou seja, ambos setores reacionários que se unificaram para destruir os direitos da população no último período, sobretudo para a derrubada de Dilma Roussef e para a inauguração de um período de ataques generalizados contra os trabalhadores e o povo brasileiro.
Portanto, essa discussão sobre quem é o guardião da Constituição e se alguém deve se colocar como poder moderador, omite que o Judiciário e os Militares fazem e fizeram isso ao longo da história do país. Ambos são órgãos antidemocráticos, não eleitos pelo povo, e que tutelam o regime desde o início da República. Além disso, foram essenciais para o golpe militar de 1964 e o golpe de Estado de 2016.
A cobertura da imprensa burguesa sobre a disputa entre Judiciário e Militares, em torno do governo Bolsonaro, omite uma questão histórica fundamental, ambos são golpistas e assim devem ser denunciados e combatidos pela mobilização popular, única força capaz de barrar mais um golpe de Estado desses “guardiões da democracia”.