Com quase 50 mil mortos pela Covid no estado de São Paulo, o vírus vem intensificando sua taxa de transmissão desde o dia 05 de janeiro. Segundo dados da Info Tracker, esta é a primeira vez que todas as regiões do estado estão com a taxa acima de 1. A capital atingiu a marca de 1,45, a maior desde o início da pandemia.
Tal questão é tratada como jogo político interno entre os setores da direita no sentido de qual deles arregimenta a simpatia da população para se manter no poder: a negacionista ou a “científica”. Hoje, pouco antes de uma coletiva de imprensa, João Doria, representante da direita “civilizada”, afirmou que o governo de São Paulo está totalmente empenhado em “fazer com que o imunizante chegue aos braços da população”.
Na coletiva, reafirmou que a questão da pandemia não é de ordem política, mas de “técnica e de obediência à ciência”. Como se não houvesse uma competição econômica entre as farmacêuticas para impor a sua própria vacina ou o fato político de que a população pobre é sempre mais vulnerável a todas as adversidades sociais.
Se em quase 1 ano de pandemia essa população foi relegada à sua própria sorte, sem políticas públicas efetivas a seu favor, a grande questão é: e a vacina, como será gerida? Como chegará “aos braços da população”? Com o mesmo descaso e destrato recorrente do governo paulista com essa parcela da população? Enquanto a burguesia se empenha em sua contenda por seus próprios interesses, não haverá um combate real ao coronavírus.