A Polícia Militar realizou uma operação na Cracolândia, bairro da Luz, que resultou em três pessoas feridas na manhã desta quarta-feira (15). Dois feridos são moradores do “fluxo”, região conhecida pela concentração de pessoas pobres e dependentes químicos. Um foi atingido no braço esquerdo e outro na parte de trás da perna por balas de borracha. O terceiro foi um PM que participou da operação.
Ao amanhecer, a PM chegou atirando balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo, com o intuito de dispersar as pessoas que lá estavam. Segundo relato de uma testemunha, desta vez a PM utilizou-se de munição letal. A população reagiu à agressão da PM e tocou fogo nas ruas e atirou pedras. A Guarda Civil Municipal (GCM) foi acionada para dar apoio à ação repressiva da PM.
No final da manhã, a GCM estava controlando a entrada de pessoas no fluxo, revistando aleatoriamente quem passava com mochilas e sacolas. Por volta das 16:30 foram lançadas novas bombas de gás lacrimogêneo contra o “fluxo”. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que seis pessoas foram presas e levadas ao Departamento de Narcóticos (Denarc). A quantidade de drogas apreendidas não foi divulgada.
A operação é mais uma ação repressiva criminosa da Polícia Militar, comandada pelo governador fascista João Doria (PSDB). A GCM, comandada pelo prefeito coxinha Bruno Covas (PSDB), aderiu à operação para reforçar a repressão policial e a prisão de pessoas pobres e dependentes químicos. O pretexto do combate ao tráfico de drogas é utilizado pela direita para reprimir e assassinar os pobres, que veem como um perigo para a ordem social.
O caso demonstra mais uma vez a urgência de se reivindicar a imediata extinção da Polícia Militar, que é uma máquina de guerra contra o povo pobre. Os cotidianos massacres protagonizados pela PM, como o mais recente Massacre de Paraisópolis, evidenciam sua natureza de classe como uma milícia armada a serviço dos interesses da burguesia e da manutenção da ordem social. A PM é um instrumento político de controle social e existe para manter a população pobre em um estado de permanente terror por meio de intimidações, ameaças, perseguições, prisões e assassinatos.
Comitês de autodefesa populares armados devem ser organizados pela população para substituir a PM. A Polícia Militar e todo o aparelho repressivo do Estado devem ser desmantelados como reivindicação democrática essencial para garantir os direitos fundamentais da população.