Pesquisa do Ibope realizada na cidade de São Paulo revelou que o número de mulheres que criam filhos sem ajuda de mais ninguém subiu, no último ano, de 29% para 33%. E mostra, também, que o número de mulheres que são as principais responsáveis pela criação dos filhos é de 70%. Infelizmente a pesquisa não faz diferenciação entre mães que dividem a tarefa de criação dos filhos com os pais, daquelas que precisam pedir ajuda a outras mulheres, por exemplo as avós, tias e vizinhas.
De qualquer forma, a exploração extra sobre a mulher é um componente do capitalismo. É através da opressão feminina que os capitalistas garantem um pagamento menor a esta parcela da força de trabalho. E além de receber menos pelo trabalho na fábrica, a mulher ainda cuida da manutenção do lar dos trabalhadores homens, e cria os filhos, de maneira não remunerada. É a conhecida “dupla/tripla jornada de trabalho”, um termo novo para a velha conhecida superexploração.
O Estado tem plenas condições de fornecer condições de vida digna para as mulheres trabalhadoras. Creches e escolas abertas em período integral, com três refeições; serviço de saúde público e gratuito; descriminalização do aborto e todo tipo de assistência para o planejamento familiar, pré-natal e gestantes, etc, são alguns exemplos de conquistas. Mas para isso, as mulheres e a classe trabalhadora devem se organizar para derrubar o poder dos capitalistas, que hoje controlam o Estado para seus próprios interesses.