Mais uma triste e lamentável página vem sendo escrita pela natimorta “Frente Ampla”. A certidão de nascimento da articulação política nacional que se intitula como instrumento de “defesa da democracia” não confere a esta nenhuma autoridade para atribuir a si mesma a legitimidade de “defesa das instituições”, contra o fascismo e o autoritarismo, como declaram e tentam fazer crer seus integrantes e signatários.
Em documento assinado por diversas “personalidades”, muitos deles os próprios articuladores da “Frente Ampla”, os signatários trouxeram a público manifestação de solidariedade ao judiciário nacional, através de documento que traz a chancela de parlamentares, pertencentes ao mais amplo espectro partidário, a saber, os senadores, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Rogério Carvalho (PT-SE), Weverton (PDT-MA), Eliziane Gama (Cidadania-MA), Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB) e Otto Alencar (PSD-BA). Entre os deputados, participam os líderes da oposição e da minoria e das legendas PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB, PV e Rede.
A peça, assinada por integrantes da “esquerda”, em associação com elementos da direita parlamentar, traz em seu conteúdo o repúdio aos ataques do governo federal e de seus apoiadores, aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A primeira consideração que deve ser trazida à luz diz respeito a alguns senhores signatários do documento, muitos deles pertencentes e filiados a legendas partidárias que não só nunca defenderam a “democracia” e o conjunto das liberdades democráticas, como sempre estiveram do lado oposto da legalidade institucional, da legitimidade do voto popular, na medida que, em episódio recente, apoiaram e colaboraram de forma ativa com a operação golpista de 2016, que depôs, ilegal e fraudulentamente, o governo eleito em 2014.
Ademais, não é cabível que se manifeste solidariedade a uma instituição do judiciário nacional que funcionou, em todos os momentos decisivos, como avalista de todas as ilegalidades e arbitrariedades que acabaram por legitimar o ataque à legalidade institucional, violando a vontade popular expressa nas urnas quando da eleição do governo de esquerda do Partido dos Trabalhadores. Os senhores ministros do STF, que neste momento estão sendo atacados e ameaçados pela fúria ensandecida dos fascistas e da extrema direita, são os mesmos que deram vida aos elementos desqualificados que hoje ocupam as ruas e praças do país, apoiadores do presidente genocida Jair Bolsonaro, eleito no rastro da fraude eleitoral de 2018, que os próprios senhores ministros da Suprema Corte não tiveram a grandeza moral de impedir a candidatura.
A cada dia, a cada passo, fica cabalmente demonstrado que a chamada “Frente Ampla” nada mais é do que um instrumento auxiliar da direita, dos setores mais reacionários e retrógrados da política nacional, pois sequer se coloca e atua como uma ferramenta eficaz na defesa até mesmo dos mais comezinhos e elementares direitos democráticos da população.
Neste sentido, é necessário denunciar implacavelmente o caráter político e ideológico da chamada “Frente Ampla”, esclarecendo e desnudando o seu conteúdo reacionário, direitista, servil aos interesses dos inimigos dos trabalhadores, das massas populares e da população pobre e explorada do país.