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Para onde vai a economia

“Soft landing” ou “crash”?

Burguesia prevê recessão 5 vezes maior no 2º semestre e sabe que não tem meios para evitá-la

Os números do IBGE mostraram que a retração do PIB brasileiro foi da ordem de 1,5% no primeiro trimestre desse ano – a maior desde o encolhimento de 2,1% da economia no segundo trimestre de 2015. A burguesia já sabe o que está por vir quando aparecerem os números do segundo trimestre, durante o qual a pandemia do coronavírus forçou os governos a recorrerem à política de isolamento social e “lockdown”,  por não ter nenhuma política para conter o avanço da doença e do número de mortos.

O resultado do primeiro trimestre de 2020 é residual. Um subproduto dos investimentos feitos em janeiro e fevereiro – antes da epidemia e um período tradicionalmente “frio” na economia.  Forçados a reconhecer o inegável, analistas e consultores do mercado financeiro atribuem a maior retração (2,1%), verificada no consumo, ao medo de que empregos e rendimentos da população se tornassem fumaça com a quarentena iniciada em março. Foi contenção de gastos, dizem. Um mês, portanto, desfez toda expectativa de crescimento do período anterior.

Agora que o desemprego cresce e a poupança de milhões de famílias começa a ser corroída prematuramente, a retração é certeza, não mais possibilidade. O período que se encerrará em 30 de junho será muito pior. Falam em uma retração de 10% somente no mês de abril. É uma tendência internacional verificada na China (diminuição de 9,8% no primeiro trimestre) e em países europeus.

“Para o segundo trimestre, a gente espera queda do PIB de 10,6% e, com isso, fechamos o ano com 4,5% de queda. Mas tem outras instituições que estão projetando queda de 15%. Aí, a queda no ano fica mais na faixa de 6% ou 7%. Claro que todos os trimestres contam, mas a informação do segundo trimestre vai ser muito importante, dado que a gente espera que, no terceiro trimestre, já estejamos saindo do distanciamento social”, disse o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo (30/5/2020)

A economia vai levantar voo novamente?

O editorial da Folha de S.Paulo do último sábado (30) mostra a esperança de um setor da burguesia na retomada das atividades. É a pressão pela reabertura do comércio e da vida econômica depois de três meses de isolamento social. “Quanto maior a eficiência no controle da pandemia de Covid-19 e no suporte dos governos a famílias e empresas, mais rápida será a retomada”, diz o texto. A grande verdade? Nem mesmo os grandes capitalistas sabem até onde a crise vai levá-los. Sabem – e não é mesmo difícil de prever – que estão indo para baixo.

Dão a entender que preparativos serão feitos para que os desempregados retomem seus postos e as empresas voltem à sua atividade normal. Estão, na realidade, dando a receita – a única que conhecem – para evitar que a queda que já está evoluindo rapidamente não termine com um impacto abrupto, um “crash”. Estão tentando conseguir um pouso suave, o “soft landing” no jargão dos economistas, por meio da derrama de recursos públicos em favor dos grandes capitalistas e banqueiros – os primeiros, diga-se de passagem, a serem socorridos quando a pandemia começou.

A economia capitalista deu todos os sinais de que não vai se recuperar por si só, pela iniciativa prodigiosa dos grandes capitalistas e banqueiros. Se forem deixados à própria sorte, entregues ao “livre comércio”, a pandemia cobrará a vida de muitas pessoas… jurídicas.

Falam em retomada, mas o que esperam é, na melhor das hipóteses, mitigar os efeitos catastróficos da pisada no freio que foram forçados a dar. Dizem que empresários estão confiantes de que o segundo semestre será melhor, mesmo admitindo que o recuo poderá ser de 5% a 7% neste ano. O desemprego poderá ultrapassar os 15%.

Os números da economia mundial revelam a farsa do otimismo que demonstram quando afirmam que a reabertura ensaiada em todo o mundo permitirá a recuperação da economia. O PIB mundial, segundo projetam economistas das principais potências, não vai retomar o nível anterior à pandemia antes do final de 2021. Mesquita, por exemplo, vai mais longe. Diz: “[voltar] ao nível pré-coronavírus, a expectativa é que volte em meados de 2022. Agora, para atingir o nível que chegaria sem a pandemia, mantendo a trajetória de crescimento que tínhamos, provavelmente só na segunda metade da década. Pode acontecer algum choque positivo, que a economia comece a crescer mais, as reformas comecem a ter mais efeito. Mas, olhando tendência, com certeza não antes de 2022, 2023, provavelmente depois disso”.

Onze, doze, treze anos de depressão econômica, falências, desemprego, fome, miséria e morte. É isso que o capitalismo tem a oferecer. É por isso que é preciso acabar com ele.

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