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Luta pela terra

Sobrevivente do Massacre de Pau D’Arco, sem terra é executado

É de extrema urgência a formação de comitês de autodefesa, bem como a derrubada de Bolsonaro

Na última terça-feira (26), Fernando dos Santos Araújo, sobrevivente do massacre de Pau D’Arco, município do Estado do Pará foi assassinado pelas costas.

Em 24 de maio de 2017, 10 trabalhadores do Movimento Sem Terra (MST), da fazenda Santa Lúcia, foram executados, sumariamente, por policiais a mando de latifundiários da região. Conforme os familiares das vítimas falaram, a polícia chegou atirando ao local e não teria informado sobre qualquer cumprimento de mandado. E que ainda, várias pessoas foram atingidas pelas constas, inclusive uma mulher que foi morta.

Em 2017, Fernando viu seu namorado morrer no massacre. Chegou a entrar no programa de proteção a testemunhas, mas decidiu encarar o risco e voltar à Santa Lúcia. “A gente já pagou por essa terra. Com o nosso sangue”, disse ele. (do Facebook da CPT)

Pau D’Arco é, pela segunda vez , no Estado do Pará o palco de chacina de trabalhadores rurais sem terra, a primeiro foi em Eldorado dos Carajás, em 1996, onde se sabe, 21 pessoas foram assassinadas.

A perseguição dos latifundiários, grileiros de terra, etc., aos trabalhadores rurais sem terra de Pau D’Arco já vem de muito tempo. Eles têm como aliados, governos, prefeitos, em suma, os políticos golpistas, inclusive o fascista Bolsonaro que inclusive permite que as madeiras do país sejam exploradas ilegalmente, assim como a região da Amazônia se torne um imenso campo de pastagem totalmente ilegais.

Conforme a reportagem do Brasil de Fato, que entrevistou os sobreviventes das chacina, declara que dois sem terra foram averiguar o que estava acontecendo. “Eles voltaram correndo, dizendo que era muita polícia, foi a hora que começamos a correr. Corremos bastante no meio do mato”. Os relatos afirmam que os policias riam e quebravam as coisas, “Em menos de dez minutos que a gente estava debaixo da lona esperando a chuva passar e a polícia chegou já gritando: não corre não que vai todo mundo morrer, e já atirando ao mesmo tempo, gritando e atirando”, conta um dos sobreviventes.

De acordo com o Centro de Informações sobre empresas e Direitos Humanos, o Massacre de Pau D’arco foi na época (2017) a segunda maior chacina no campo em 20 anos.  Dos 10 mortos, 7 pertenciam à mesma família. A Liga Camponesa afirma ainda que a Fazenda Santa Lúcia era da família do pecuarista e madeireiro Honorato Babinski e que estava ilegalmente em terras públicas, tendo cometido grilagem de terra. Alegam que: “A Delegacia de Conflitos Agrários (Deca), outras polícias, pistoleiros e seguranças particulares estavam na área para fazer segurança para o latifundiário… E fizeram a chacina para vingar a morte de um suposto pistoleiro que teria morrido na região. A Deca foi a Pau D’Arco para matar camponeses”.

A perseguição aos sem terra é incessante

No inicio de 2020, o juiz Haroldo Silva da Fonseca, autorizou o despejo dos agricultores sem terra da fazenda Santa Lúcia, o que só não aconteceu ainda por conta da pandemia. O mesmo promotor, Leonardo Caldas, que representa o Ministério Público Estadual na ação de reintegração de posse, onde há cerca de 150 famílias, inclusive sobreviventes do massacre, que vivem e produzem desde 2013 na área, pediu, há duas semanas, a prisão do advogado José Vargas Sobrinho Júnior. Vargas Junior denunciou a polícia um massacre contra um acampamento do MST, onde 10 camponeses foram brutalmente assassinados em 24 de maio de 2017.

Utilizando-se de denúncias totalmente infundadas, Leonardo Caldas mandou que policiais fossem até a casa do advogado e o prendessem temporariamente, por suspeita de envolvimento em um homicídio. A justificativa para a sua detenção, segundo seu advogado, Marcelo Medanha, seriam mensagens enviadas pelo aplicativo de celular whatsapp, “Mensagens irônicas, em claro tom de brincadeira”.

Onde impera a impunidade

Mesmo com toda a evidência de grilagens, de apropriação de terras públicas ilegalmente como são as denúncias contra a família do pecuarista e madeireiro Honorato Babinski, esses assassinos dos trabalhadores e da população explorada, contam como o total apoio da polícia que comete pelo país, verdadeiras carnificinas contra o povo, bem como, dos políticos golpistas, principalmente com o Bolsonaro, etc., contam com a total impunidade. Por isso os latifundiários ficam cada vez mais a vontade para agir.

Isso fica cada vez mais evidente, quando se sabe que, entre mais de 155 policiais e jagunços que cometeram o assassinato dos trabalhadores rurais sem terra de Eldorado dos Carajás, somente dois foram pegos como bode expiatório. Não é preciso adivinhar o que ocorrerá como os facínoras e seus mandantes, diante do massacre de Pau D’Arco e no caso mais recente, do assassinato de Fernando. Nada.

Nesse momento, os trabalhadores de Pau D’arco se encontram totalmente desamparados, e diante de uma possível situação de despejo, que tende a ser de forma violenta como foi a chacina de três anos atrás.

É de extrema urgência a formação de comitês de autodefesa e, os trabalhadores, bem como, os movimentos de luta pela terra devem ter como pauta prioritária, a derrubada de Bolsonaro.

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