A lista de aprovados Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2020/1 foram disponibilizadas na noite do dia 28 de janeiro, terça-feira, após a revogação pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da decisão judicial que suspendeu a divulgação dos resultados por conta dos erros no ENEM 2019.
A suspensão da divulgação das notas já havia feito com que mais de 20 instituições de ensino superior tivessem suspendido seus calendários de matrícula a fim de não prejudicar os alunos aprovados.
Como já citado, a decisão foi tomada por conta dos incontáveis erros que ocorreram no ENEM 2019. Além de todos os fatos que ocorreram no dia da prova, ocorreram também erros na correção do exame que chegaram a afetar quase 6 mil alunos.
A justificativa para a suspensão da decisão foi que era preciso evitar o risco de prejudicar o calendário universitário. Entretanto, funcionários do Ministério da Educação (MEC) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anonimamente declararam que não era possível confiar 100% nas notas divulgadas.
Isso ocorreu porque uma das “etapas de segurança” para a comprovação da nota não foi realizada pelo fato de ser muito demorada. Os funcionários do MEC disseram que, caso algum erro fosse encontrado, ele provavelmente seria pequeno, mas suficientemente grande para alterar a lista de aprovados de um curso concorrido.
Ou seja, depois de toda essa bagunça criada para prejudicar o ENEM, o Sisu, o Fies e o Prouni, “tudo está resolvido” mas também “pode ser que algo esteja errado”.
Essa declaração dos funcionários do MEC e do Inep servem para reforçar que o descaso com a educação pública é proposital. A única coisa que as instituições estão preocupadas em fazer é falar que, no final, o governo resolveu e tudo acabou bem.
Na verdade, isso é só mais uma porta que se abre para a direita golpista e o governo fascista atacarem a educação pública sem quase nenhuma reação efetiva da maior parte das direções da esquerda, inclusive das organizações estudantis.
Não podemos cair na ilusão de que medidas parlamentares, alianças com setores centristas — que são direitistas — ou até as eleições irão resolver algum problema do povo. As sabotagens do governo aos serviços e aos direitos da população não irão cessar enquanto o povo não for para as ruas e, por isso, é preciso mobilizar os estudantes e a classe trabalhadora contra o governo fascista, levantando a palavra de ordem “Fora Bolsonaro!” para derrubar esse governo inimigo da população.