A segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF) adiou o julgamento sobre a liberdade do ex-presidente Lula. Após dois votos favoráveis à manutenção ilegal do líder petista nas masmorras dos golpistas, em Curitiba, o ministro Gilmar Mendes pediu mais tempo para analisar o processo (vista) e adiou o julgamento, expressando uma crise existente no judiciário para levar adiante o processo de ataques aos trabalhadores.
Entretanto, os votos de Carmen Lúcia e Edson Fachin (o relator) contra a liberdade de Lula se mantém com a volta da sessão que julga o caso. O fato em si, junto com todos os acontecimentos ocorridos desde o início do processo golpista, demonstra que a população e os trabalhadores não devem depositar nenhuma esperança na justiça burguesa.
A luta política já demonstrou que o judiciário é um pilar fundamental do golpe de estado. Os trabalhadores não obtiveram nenhuma vitória dentro dos moldes institucionais controlados pelos golpistas. O STF colaborou com a prisão arbitrária e totalmente ilegal do ex-presidente da república decretada por Sérgio Moro, futuro ministro da justiça de Bolsonaro.
Inclusive, com a aceitação de Sérgio Moro ao cargo de ministro no governo do principal corrente ao PT nas eleições deixa ainda mais claro que Lula é um preso político. Se as coisas funcionassem dentro da legalidade, não haveria dúvida: os ministros do STF seriam obrigados a libertar Lula.
O julgamento iniciado na terça-feira (4) trata justamente sobre o pedido de liberdade do ex-presidente após o juiz Sérgio Moro, ainda responsável pela Lava-Jato, ter aceitado participar do governo fraudulento de Bolsonaro, que só foi vitorioso por conta da retirada de Lula das eleições, confessando a parcialidade que foi conduzido o processo que está mantendo Lula preso há 8 meses.
A votação de Lucia e Fachin, que deve ser reproduzida pela maioria dos ministros do STF, deixa mais uma vez bem claro: o judiciário é golpista e um eixo central da política de ataques aos trabalhadores. E a situação fica ainda mais óbvia quando percebe-se que os militares, que já se manifestaram publicamente sendo organizadores da prisão de Lula, controlam o STF por meio, consecutivamente, dos Generais Fernando Azevedo e Silva e Ajax Porto Pinheiro (“assessores” de Dias Toffoli).
Por isso, a única solução para libertar Lula é a campanha constante nas ruas, mobilizando à partir dos comitês de luta contra o golpe. A classe operária precisa ativar seus métodos de luta e derrotar o regime golpista. Apenas uma mobilização de características revolucionárias será possível conquistar a libertação do principal líder político do Brasil, que é um chave para derrotar os golpistas e todos os seus ataques.