Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o número de acordos e convenções coletivas registrados no Ministério do Trabalho caiu expressivamente em 2018, tanto em comparação com o ano passado, como na média dos últimos cinco anos.
Isso indica que, após o golpe de 2016 e a aprovação da famigerada reforma trabalhista, que efetivamente destruiu uma série de direitos dos trabalhadores, as negociações entre patrões e empregados estão cada vez mais complicadas, com a Justiça golpista sempre pendendo para o lado patronal.
A queda de 29%, em comparação com o mesmo período no ano passado, não compreende apenas acordos salariais. Negociações que envolvem a compensação de feriados, banco de horas, PLR, dentre outros, também são contabilizadas nessa estatística. Ou seja, o trabalhador está “apanhando” dos patrões na Justiça nas mais diversas categorias, sem chance de reação.
Outro ponto polêmico levantado na pesquisa é a contribuição sindical, que teve sua obrigatoriedade extinta pela nova lei, mas ainda pode ser colocada como cláusula em alguns contratos, e é efetivamente boicotada pelas empresas. Com isso, os golpistas pretendem minar um dos principais meios de financiamento de um dos instrumentos mais importantes na luta dos trabalhadores: os sindicatos.
Com este cenário desolador para as mais diversas categorias de trabalhadores brasileiros, não resta mais nada além de lutar para derrotar o golpe. Somente uma luta unificada das trabalhadores, mobilizados nos locais de trabalho e nas ruas, pode colocar em xeque este verdadeiro atropelamento dos direitos mais fundamentais de milhões de brasileiros.