A ofensiva reacionária e direitista do regime burguês golpista contra os interesses da maioria da população é uma realidade vivenciada pelo cotidiano de todo o País. Mais particularmente contra os explorados e a esquerda nacional, que se vêem permanentemente ameaçados pelo avanço das medidas de caráter abertamente ditatorial e antidemocráticas das instituições carcomidas do Estado, cúmplices da conspiração golpista de 2016 que derrubou o governo eleito.
As comemorações alusivas ao golpe militar fascista de 1964 – autorizadas pela própria justiça – é a demonstração cabal de que o regime constitucional vigente no País nada mais é do que uma tênue folha de parreira destinada a encobrir o caráter cada vez mais inconstitucional do regime dominado pela extrema direita e tutelado pelos militares golpistas, pilar de sustentação do a cada dia mais impopular, fraudulento e genocida governo de Jair Bolsonaro.
O avanço descontrolado da pandemia no País, com as centenas de milhares de mortes que já ocorreram e as outras milhares que todos os dias são testemunhadas por todos os brasileiros através do noticiário nacional, são o retrato vivo da situação de calamidade social na qual o Brasil está imerso.
O que se vê, mesmo diante de toda esta enorme catástrofe humanitária, é que não há qualquer perspectiva de que uma solução, a curto e até mesmo a médio prazo, esteja no horizonte para pelo menos, estancar a sangria provocada pela perda de vidas que poderiam, em sua maioria, ser evitadas.
O enfrentamento a esta situação de descalabro social que atinge o País exige que sejam adotadas medidas para se opor ao regime político direitista e criminoso, responsável pela tragédia que se abate sobre a maioria dos brasileiros. Em particular a população pobre e explorada, vítima maior do genocídio que ocorre em todo o território nacional.
A maioria da esquerda nacional, no entanto, mesmo diante da enorme gravidade da situação e das ameaças não se movimenta. Ao contrário, assiste a tudo passivamente, aguardando que alguma coisa seja feita pelas instituições (STF, parlamento etc.) apodrecidas do regime, que é o próprio responsável pela catástrofe em marcha no País.
Neste sentido, é preciso que haja a compreensão de que não há qualquer perspectiva, por mínima que seja, de que alguma solução virá se não for através da mobilização e da luta contra o conjunto do regime burguês-golpista, incluindo aí as instituições que dão sustentação aos usurpadores golpistas, seja o parlamento ou os tribunais, em qualquer instância.
A derrota do golpe e da ditadura que a extrema direita deseja implantar no País, assim como a interrupção do genocídio como resultado da escalada descontrolada da pandemia em todos os estados, só poderá ser obra da ruptura com a paralisia, com a inércia que se apoderou de determinados setores da esquerda brasileira. Que está confinada em sua zona de conforto, em suas casas, enquanto milhões de brasileiros estão obrigados a lutar pela sobrevivência, aglomerados como gado nos transportes públicos das grandes cidades, fonte maior de disseminação do coronavírus.
É preciso ganhar as ruas, convocar os trabalhadores e a população para conformar um grande movimento de luta, única forma de impor uma derrota ao golpe, aos intentos ditatoriais dos militares e interromper o genocídio provocado pela inépcia dos governos que atuam contra os interesses da população.