A greve da Renault em São José dos Pinhais PR que foi iniciada no dia 22 de julho, após a multinacional decidir por fechar o turno da madrugada e gerar a demissão de 747 trabalhadores, entra pelo 13° dia. As demissões foram uma forma de retaliação dos patrões diante da recusa dos trabalhadores de aceitarem a proposta absurda de corte de salário.
E com a decisão da assembleia desta segunda feira 3 de Agosto, onde os trabalhadores aprovaram a continuidade da greve, chegará possivelmente aos 20 dias de paralização.
A greve e a mobilização foi o caminho encontrado pela categoria para barrar as demissões. É necessário ampliar imediatamente a mobilização unindo demitidos e não demitidos numa mobilização real contra os capitalistas. Mostrando para outras categorias, de que é necessária uma mobilização real. Que ficar em casa e aceitar todas as imposições dos patrões, que usam a crise como desculpa para atacar ainda mais os trabalhadores, vai levar à degradação ainda maior das condições de vida dos trabalhadores e suas famílias.
No entanto, a política capituladora e pelega da direção sindical dos Metalúrgicos de Curitiba e Região (SMC) dirigida pela Força Sindical organiza a derrota da categoria. Após os trabalhadores aprovarem por unanimidade a continuidade da greve o presidente do Sindicato, conhecido por Butka, simplesmente orientou os trabalhadores a irem para casa e retornarem apenas na próxima segunda feira. Essa política trabalha no sentido de quebrar a greve, pois os trabalhadores, em primeiro lugar ficarão em casa, recebendo todo tipo de pressão dos patrões pelos meios de comunicação e redes sociais, que já anunciam a possibilidade de mais mil demissões.
Em segundo lugar, e ainda mais importante, deixarão de ampliar a mobilização com passeatas, panfletagens junto a população, numa greve ativa, que por si só já seria limitada, pois para de fato poderem derrotar os capitalistas franceses, os trabalhadores para além da greve tem que organizar e realizar a ocupação da fábrica até o atendimento de suas reivindicações. Esta é a possibilidade de vitória, ocupar a fábrica, para isso os trabalhadores tem que passar por cima da capitulação da direção sindical. É preciso uma medida de força dos trabalhadores.
A necessidade de ocupar a fábrica é resultado da intransigência dos patrões. Eles não querem readmitir os trabalhadores porque tem o respaldo do governo Bolsonaro, um governo serviçal dos capitalistas. Eles querem forçar o trabalhador a aceitar a medida criminosa do rebaixamento salarial.
A ocupação da fábrica é uma medida completamente democrática diante das demissões. Nenhum trabalhador deve sofrer para que os capitalistas continuem com seus altos lucros.