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Síria: PSTU se prepara para apoiar a nova guerra do Iraque

Donald Trump, presidente dos EUA, anunciou que atacará a Síria. O pretexto é um ataque químico que teria sido lançado pelo governo de Bachar Al Assad em um território ocupado pelos chamados “rebeldes”. O governo da Rússia denunciou que o incidente foi um ataque de bandeira falsa, perpetrado pelo próprio imperialismo. Ao anunciar o ataque, foi à Rússia que Trump se referiu: “prepare-se, Rússia, as bombas estão chegando na Síria”.

Para a população civil síria, que estaria sido defendida pela ação militar do imperialismo, a vida vai se tornar o inferno. Depois de sete anos de guerra civil, sofrerão com uma destrutiva intervenção estrangeira. O objetivo oficial dos EUA é salvar civis sírios em nome do bem e da justiça, uma historinha para boi dormir. No entanto, todos sabem que o objetivo real dos EUA em todas as suas intervenções no Oriente Médio é controlar a política local e roubar o petróleo da região. Com o enfraquecimento de suas posições no último período, o imperialismo tornou-se mais agressivo, desesperado e perigoso, adotando políticas destrutivas como a invasão do Iraque e a liquidação da Líbia como país.

É nesse quadro que os EUA buscam reacender o conflito na Síria para derrubar o regime de Assad. No começo da guerra civil, o imperialismo aproveitou uma série de protestos contra o governo para procurar tomar o controle da situação, em uma operação parecida com a de 2013 no Brasil, quando a  direita sequestrou os atos contra o aumento da passagem até esvaziá-los. Os EUA armaram diversos grupos, em uma intervenção que alimentou muitas atrocidades, entre elas o surgimento do Estado Islâmico em um cenário de devastação na Síria e no Iraque.

Apesar da ofensiva imperialista contra Assad (em uma versão violenta dos golpes dados em outros lugares, como o próprio Brasil), o regime sírio conseguiu vencer a guerra civil. Derrotou seus principais inimigos e conseguiu retomar controle de uma porção significativa de seu território, preservando a unidade nacional e a existência da Síria como país, algo que estava profundamente ameaçado. Para alcançar essa vitória, contou com a ajuda da Rússia e do Irã, países com governos conscientes do perigo que o imperialismo representa para eles mesmos, engajados em uma luta defensiva para refrear o avanço imperialista.

Em meio a tudo isso, aparece o PSTU, com sua avaliação de que o que estava acontecendo esse tempo todo na Síria era uma “revolução” sufocada por um governo reacionário. O mesmo PSTU que enxergou uma “revolução” no golpe militar que levou o general Abdul Fatah Al Sisi ao comando do Egito.

Convenientemente, para conseguir enxergar essa “revolução” na Síria o PSTU sempre ignorou o dado mais crucial do conflito: a participação do imperialismo com o objetivo de derrubar Assad. Assim, para o PSTU o Exército Livre da Síria (ELS) sempre foi o braço armado da “revolução”, a violência revolucionária organizada para enfrentar Assad. Essa é a avaliação do PSTU sobre o ELS apresentada, por exemplo, em um texto da LIT-QI (a “Internacional” morenista do PSTU) publicado sob o título “Anotações sobre o Exército Livre da síria” em novembro de 2016:

A repressão do regime contra vilas e cidades atingia um pico quando jovens sírios tomaram armas para a autodefesa pessoal e coletiva, de sua honra e de suas terras. Não havia, no entanto, uma organização militar o que implicava que as operações de auto-defesa tinham um caráter individual e desestruturado. A mídia adotou o nome de “Exército Livre da Síria” para designar qualquer operação de autodefesa  de forma a notificar o regime e seus serviços de inteligência que continuavam a denominar-los “grupos terroristas armados” para convencer o país e o mundo que de, desde o início da revolução, enfrentavam complô terrorista mas não uma revolução.
Em meados de julho de 2011, o Coronel Riad al-Asaad anunciou em vídeo televisionado o estabelecimento do Exército Livre da Síria (ELS) com o objetivo de proteger a revolução e derrubar o regime. As defecções então se multiplicaram e se somaram aos milhares de jovens que impulsionavam a auto-defesa dos manifestantes em todo o país na formação da mais reconhecida força militar contra o regime.

O PSTU ignora que os aliados do imperialismo na guerra da Síria são aliados do imperialismo. Os militares russos denunciam inclusive que, por esses dias, é justamente o ELS, junto com outros grupos similares, que está planejando ataques químicos na Síria para culpar o governo sírio e justificar uma intervenção imperialista.

O ELS já estava derrotado na guerra da Síria. Com ajuda externa, Assad tinha conseguido estabilizar a situação e caminhava para estabilizar o país. Agora os EUA aparecem prometendo jogar bombas e a ameaça de invasão é real. Diante da interferência estrangeira, o ELS já avisou que retomará suas atividade caso as ações militares norte-americanas se concretizem. Revelam com isso ser um verdadeiro braço armado do imperialismo dentro do território sírio, a serviço dos EUA e dos grandes monopólios econômicos que querem saquear a Síria e o Oriente Médio.

O PSTU está pronto para retomar seu apoio aos “rebeldes”, ao imperialismo, na guerra da Síria. Como aconteceu diante do golpe no Brasil, essa é uma política criminosa contra os trabalhadores, uma política que desonra o nome do trotskismo. O PSTU chegou a pedir armas do imperialismo para o ELS, em um texto de 2013 intitulado “Exigir ou não armas do imperialismo?” Se o PSTU fosse relevante, Trump estaria atendendo ao seu pedido. O presidente dos EUA está enviando armas do imperialismo para a Síria, em forma de bombas jogadas na cabeça da população. A partir de agora, cada hospital bombardeado, cada escola destruída, cada prédio derrubado na Síria pode ser atribuído à política do PSTU, que mais uma vez fica a favor do imperialismo.

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