O governo Jair Bolsonaro aproveita-se da crise econômica e da pandemia do coronavírus para desferir duros ataques aos direitos dos trabalhadores, ao autorizar os patrões a confiscarem salários, proibir greves em uma série de categorias profissionais com a declaração de “serviço essencial”, permitir demissões massivas. autorizar negociações entre empregado e empregador sem participação dos sindicatos, dentre uma série de outros ataques.
Diante dos ataques, nunca foram tão necessários os sindicatos, instrumentos dos trabalhadores forjados na luta de classes para defender seus interesses diante da burguesia. Contudo, o que se visualiza é que os sindicatos fecharam as portas e abandonaram os trabalhadores à própria sorte, com a desculpa de que é necessário o isolamento para a proteção contra o coronavírus. Milhões de trabalhadores estão sendo forçados a permanecer em atividade sem qualquer proteção, em que pese o risco real de contágio e morte, uma vez que não há leitos nos hospitais e tampouco equipamentos de proteção individual sendo distribuídos. Mais da metade da massa trabalhadora está em uma situação de miséria.
Em meio à crise, a direita passa o rolo compressor sobre a cabeça dos trabalhadores e os sindicatos – de portas fechadas – assistem de forma passiva. A Central Única dos Trabalhadores, maior organização operária da América Latina que congrega 4.000 sindicatos pela base, deve imediatamente abrir suas portas e defender os trabalhadores da ofensiva dos capitalistas.
O que não se pode permitir é o esfolamento da classe trabalhadora em benefício de meia dúzia de capitalistas que se aproveitam da crise para potencializar a exploração e maximizar seus lucros. Os sindicatos têm que defender os trabalhadores, foram criados e existem para isso. Se as direções não estiverem dispostas, que passem o comando para quem esteja disposto a fazê-lo.