O Sindipetro – RJ, composta por grande parte de diretores ligados ao PSTU e ao CSP/Conlutas, ingressou no último dia 08 de maio com uma Ação Civil Púbica requerendo que o governo fascista de Wilson Witzel – aquele que saiu de helicóptero atirando de metralhadora na população das favelas do Rio de Janeiro – decrete o “lockdown” na cidade do Rio de Janeiro.
A ação defendida pela diretoria do sindicato revela, mais uma vez, o caráter direitista do PSTU quando se coloca em defesa da quarentena. É preciso deixar claro que a política levada adiante por Witzel, no Rio de Janeiro, quando defendia o isolamento forçado, na realidade não tinha, por si só, nenhum objetivo real de combate à pandemia. A quarentena era apenas uma medida para deixar as pessoas, aquelas que podem, em casa na tentativa de organizar o caos que a epidemia está produzindo. Como o caos não se resolveu e, aliás, só vem aumentando, e há por parte dos grandes banqueiros e capitalistas, os governadores voltaram atrás e já começam a marcar as datas da volta do funcionamento do comércio, como é o caso do Rio marcado para retornar gradualmente a abertura a partir deste mês.
É claro que a quarentena e o isolamento social só podem ser uma política séria se vierem acompanhados por medidas efetivas de combate ao vírus como teste em massa, abertura de leitos e hospitais, compra de equipamentos tais como respiradores, etc.
A diretoria do Sindipetro – RJ (PSTU) fica a reboque dessa direita quando coloca como proposta central a quarentena, transformada pela palavra de ordem “fique em casa”, e deixou em segundo plano o mais importante.
No fundamental, tanto a direita quanto a esquerda pequeno-burguesa jogam para o povo a responsabilidade de combater a pandemia. Fica claro que se prepara, com base nisso, um pretexto para reprimir a população. A decretação do “lockdown”, que é o fechamento total e forçado das cidades, é um aprofundamento dessa política.
Os governos direitistas vão agora aumentar a repressão, atacar os direitos democráticos do povo a pretexto de combater o coronavírus. Não há agora, como não havia antes, nenhuma política sanitária efetiva.
A esquerda pequeno-burguesa, numa demonstração ainda maior da falta de uma política independente, parte para a defesa do “lockdown”. Mais grave ainda, utiliza a justiça burguesa e golpista para que ela force o governo da direita a implantar uma medida cuja principal característica é o cancelamento das liberdades democráticas do povo.
Tal política não é de se estranhar: esses elementos da esquerda se colocaram totalmente favoráveis ao golpe de Estado no país quando, no processo do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, defenderam o “Fora Todos”, fizeram coro com a direita golpista ao afirmarem que não havia existido golpe, que Lula havia sido condenado e preso por corrupção e o único problema da operação lava-jato é que a operação deveria prender os demais corruptos.
A medida de “lockdown” defendida pelo PSTU é mais uma capitulação, mais uma demonstração do seu acovardamento diante a direita golpista.