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Debaixo da cama

Sindicalistas serão cúmplices da privatização dos Correios?

Orientada pelo "fique em casa" da esquerda, burocracia sindical deixa os trabalhadores nos setores de trabalho sem nenhuma mobilização

Na última segunda-feira, dia 3, o portal de notícias da Record, R7, afirmou que o presidente do Congresso Nacional, Arthur Lira (PP), declarou que quer agilizar a aprovação da privatização dos Correios para junho ou julho. Tal notícia mostra bem claramente a disposição da burguesia golpista em acelerar a entrega de uma das maiores empresas estatais do Brasil para os capitalistas.

Há uma unidade entre as diferentes alas da direita golpista para privatizar os Correios. Nesse ponto, não deve haver dúvidas de que o objetivo é destruir a empresa pública. Trata-se da pressão por parte dos capitalistas do ramo da logística como Amazon, Mercado Livre, DHL, Fedex, Magazine Luíza, entre outros.

No momento em que os golpistas se unificam para acelerar a privatização, as organizações sindicais dormem. Seguindo a orientação da esquerda pequeno-burguesa, que por sua vez segue a orientação da burguesia, a maior parte dos sindicalistas e sindicatos dos Correios se recusa a organizar de fato uma luta contra a privatização.

A paralisia total é encoberta, em alguns casos, por uma política completamente inócua. Para não ter que se mexer para mobilizar os trabalhadores, muitos sindicalistas resolveram fazer “lives” na internet. Para que não haja dúvida, não se trata de uma atividade de propaganda que sirva para efetivamente mobilizar a categoria usando recursos da internet como um complemento para uma atividade real de mobilização. Trata-se de ações inócuas, sem nenhum sentido prático e sem resultado.

Como complemento às “lives”, os sindicalistas decidiram organizar grupos para fazer lobby no Congresso Nacional. O grande negócio seria juntar um grupinho de sindicalistas para passear pelos corredores e salas climatizadas do Congresso Nacional, tomar cafezinho com deputados e senadores para convencê-los – quem sabe? – a não aprovar a privatização.

Os sindicalistas acreditam que, sem mobilizar os trabalhadores, apenas com o grande poder de convencimento que eles acreditam ter em sua mente, vão conseguir convencer a corja de deputados picaretas e vagabundos golpistas. Acreditam, ainda, que vão ter mais poder de convencimento do que os grandes capitalistas que estão pressionando esses mesmos deputados a acelerar a privatização. Quem será que tem mais poder de convencer? Os milionários ou os sindicalistas assustados dos Correios?

Obviamente que tudo isso não passa de falsas soluções para fingir que algo está sendo feito quando na realidade nada está sendo feito.

Qualquer pessoa que está começando a participar do movimento sindical deveria saber que sem uma mobilização real não é possível conquistar nada. Sem mobilizar os trabalhadores não adianta fazer postagem na internet e menos ainda será possível convencer os deputados.

Esses golpistas só entendem a linguagem da força. Para que o governo Bolsonaro e os deputados recuem, os trabalhadores precisam estar mobilizados.

A política desmobilizadora da esquerda está abrindo o caminho para a privatização. Vai facilitar a vida dos golpistas que preparam a entrega dos Correios. Esses sindicalistas que se recusam a sair de casa para mobilizar a categoria serão cúmplices da privatização.

Sindicalistas não podem sair de casa; trabalhadores, sim

A completa paralisia da burocracia sindical e da esquerda, justificada pelo coronavírus, é ainda mais grave, pois a categoria dos Correios é um das muitas que não tiveram direito a ficar em casa durante a pandemia.

Sindicalistas são carteiros, OTTs (Operadores de Triagem e Transbordo), atendentes e motoristas que foram escolhidos para representar a categoria. Os mais de cem mil trabalhadores continuam saindo de casa, pegando condução lotada para ir e voltar, triando cartas e encomendas nos centros de distribuição e nos centros de tratamento, aglomerados com dezenas ou às vezes centenas de companheiros, saindo de casa para entregas ou recebendo clientes todos os dias nas agências.

Se os sindicalistas representam esses trabalhadores, por que eles se acham no direito de simplesmente ficar em casa? Será que abrir o sindicato e distribuir panfletos, falar no carro de som nos setores de trabalho e outras atividades sindicais são mais arriscadas do que os riscos que os trabalhadores da base correm todos os dias?

Os trabalhadores dos Correios estão expostos ao vírus e correm o risco de sofrer a maior derrota de sua história com a privatização. É preciso urgentemente sair debaixo da cama, mobilizar os trabalhadores nos setores de trabalho.

Sem essa mobilização, sem convocar os trabalhadores para a luta, Bolsonaro e os golpistas terão vida fácil na privatização. Será uma derrota sem precedentes na história dos trabalhadores dos Correios, mas de todo o povo brasileiro.

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